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Ferramentas Básicas da Qualidade em Saúde.

Ferramentas da Qualidade são técnicas que utilizamos com a finalidade de mensurar, definir, analisar e propor soluções para os problemas que interferem no bom desempenho dos processos de trabalho.

Elas permitem o maior controle dos processos ou melhorias na tomada de decisões.

A história da utilização das ferramentas da qualidade ou instrumentos gerenciais na saúde não possui identidade própria. Assim como em diversos ramos da economia e gestão, as experiências bem-sucedidas da indústria vêm sendo ajustadas ao dia a dia da rotina gerencial da área de saúde.

Após um longo período onde a saúde foi tratada e conduzida exclusivamente por ações filantrópicas e casas de caridade, com a privatização dos serviços hospitalares, uma nova visão vem sendo desenvolvida para aplicação na gestão da saúde que proporcione perenidade às instituições com base em resultados obtidos das operações principais.

Neste sentido, a visão do hospital como empresa, que implica em eficiência em operação, atua na melhor gestão de diversos componentes diretos e indiretos envolvidos em suas operações. A já complexa estrutura hospitalar vem exigindo a adaptação destes modelos de gestão e utilização de instrumentos gerenciais já consolidados e de amplo sucesso em outras indústrias.

A cultura japonesa do combate ao desperdício (Lean/Justin Time/JIDOCA), e predominante na maioria dos cases de sucessos industriais, possui uma participação fundamental no novo mundo da gestão da saúde. Criar padrões de organização que permitam conhecer cada detalhe da produção dos serviços, dentro de um contexto mais amplo de eficiência departamental ou da instituição como um todo, onde catalogar, medir e agir a tempo de que toda e qualquer produção não seja prejudicada, minimizando eventuais prejuízos, vem tornando-se desafiante aos novos gestores de saúde.

Apesar da grande variedade de ferramentas e instrumentos gerenciais, os mesmos ainda são e estão subutilizados na área da saúde, possuindo atualmente, baixa adesão das instituições. A ausência de conhecimento, dificuldades de utilização pelos indivíduos, a falta de registro dos dados, saber quando e como utilizá-los, são as principais causas dessa baixa utilização. A continuação, apresentamos as principais ferramentas da qualidade até agora utilizadas na saúde:

CICLO PDCA.

Sigla derivada das palavras inglesas Plan, Do, Check e Action, este sistema de gerenciamento de rotina atua na melhoria contínua dos processos de trabalho e serviços, e foi aprimorado por Deming na aplicação junto aos conceitos de qualidade oriundos do Japão.

A metodologia não existe sem definição de meta e resume a natureza repetitiva e cíclica do melhoramento contínuo. Traz a ideia de sequência de atividades. Sua aplicação pode se dar tanto para planejamento ou execução de trabalhos simples com complexos, resolução de problemas crônicos ou críticos ou para metas de melhoria. Suas quatro etapas dividem-se em: 1. Planejar 2. Executar 3. Controlar/Verificar e 4. Agir.

FLUXOGRAMAS.

Representações gráficas de uma sequência de trabalho ou processo organizacional. Possibilita, de forma rápida e visual, o andamento de cada etapa do processo do qual faz parte, identificando os limites de atuação de cada área. Oferece a cada participante o necessário para compreender seu papel, sendo o de blocos o mais utilizado sistema de fluxogramas pelas empresas.

DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO.

Também conhecido como espinha de peixe, o diagrama de causa e efeito é uma técnica originária do Japão para identificação das principais causas dos problemas mais relevantes identificados para tratamento em um determinado processo, serviço ou produto.

Pode-se adotar conjuntamente com o diagrama, o método dos porquês, quantas vezes forem necessárias até que se chegue a causa fundamental do problema. Com base na identificação das causas principais e diretamente ligadas ao efeito, há a oportunidade de maior êxito na correção ou ajuste.

PARETO.

A lei de Pareto, também conhecida como princípio 80-20, afirma que para muitos fenômenos, 80% das consequências advêm de 20% das causas. Também conhecido como o método ABC para identificação das causas mais representativas. Adotá-lo juntamente com a espinha de peixe proporciona um tratamento mais objetivo e com menos desgaste, das principais causas relacionadas às dificuldades, defeitos ou insucessos do produto.

HISTOGRAMA.

Com as limitações do diagrama de Pareto, onde somente é possível identificar principais causas dos problemas, o histograma complementa essa avaliação ao apresentar a visualização da medição dos dados destes problemas e sua distribuição.

O histograma revela ainda a variação existente em cada processo. A “curva normal” de um processo apresenta a maioria das medidas em torno da média central, com igual número de medidas de cada lado desse ponto. Havendo variações nesta distribuição, torna-se mais difícil “atacar” uma causa ou variável. Quanto menor a dispersão das colunas, mais regular e padronizado é o controle de processo.

Conforme a experiência, a maioria dos problemas existentes numa empresa poderá ser resolvida com o auxílio destas ferramentas. Como vemos, cada ferramenta tem sua própria utilização, sendo que não existe uma receita adequada para saber qual a ferramenta que será usada em cada fase. Isto vai depender do problema envolvido, das informações obtidas, dos dados históricos disponíveis, e do conhecimento do processo em questão em cada etapa.

Administrador de Empresas, MBA em Finanças e pós graduando em Planejamento e Gerenciamento em Saúde pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Sólida experiência em mais de 10 anos na Saúde Suplementar. Busca constante para inovações em gestão da regulamentação da saúde suplementar. Excelentes resultados construídos nos últimos 3 anos na Área de Relacionamento com ANS. Conhecimentos avançados em legislação.

Um comentário em: “Ferramentas Básicas da Qualidade em Saúde.

  1. Obrigado por suas dicas estou cursando técnico em qualidade e penso em migrar para área da saúde mas como você mesmo disse tem dificuldade devido a falta de conhecimento das empresas.

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