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Como Usar a Criatividade a Serviço da Saúde?

Para chamar a atenção do público, artistas e comunicadores como publicitários, por exemplo, usam uma das ferramentas mais antigas da humanidade: A CRIATIVIDADE.

Vamos aqui tratar como o processo criativo pode aliar-se à área da saúde conscientizando a sociedade para causas importantes.

Um renomado hospital paulistano encontrou na arte a forma de chamar a atenção para a importância da doação de órgãos, o trabalho ficou a cargo de uma conhecida agência de publicidade que encomendou uma estátua na forma humana, mas não era uma estátua comum, era feita totalmente de gelo e dentro dela havia um “coração” que não era feito de gelo.

A estátua derretia com o passar das horas mas o coração permanecia intacto. A mensagem que a obra passava era a de que nosso corpo após a morte obviamente se acaba, mas muitos órgãos internos podem dar nova vida a quem precisa através da doação. A obra foi estrategicamente colocada num ponto onde milhares de pessoas passam diariamente, em frente ao teatro municipal de São Paulo. Tal ação chamou a atenção da mídia que noticiou o fato e com toda certeza fez muita gente pensar sobre o assunto.

Outra ação que também chamou a atenção do público e da mídia foi uma campanha  criada por um artista para a conscientização contra o preconceito dos portadores do HIV.

Gotas de sangue fornecidas por portadores do vírus foram pingadas em um papel e depois de secas foram expostas numa praça e quem chegava perto para matar a curiosidade era informado que aquela manchinha de sangue era de um portador do vírus, mas a ação não parava por aí, os organizadores desafiavam as pessoas a tocar com a ponta do dedo a gota seca num ato que ao mesmo tempo informava que o vírus não é transmitido desta maneira e muito menos pelo contato como um abraço, um beijo ou um aperto de mão.

Havia aqueles que vacilavam em tocar a mancha de sangue mas com explicação de que o vírus não é capaz de sobreviver numa gota de sangue já seca e muito menos penetrar numa pele saudável e incentivando as pessoas a darem um tapa no preconceito muitos acabavam por fazê-lo.

Outra ação interessante foi feita do lado de fora da ala pediátrica de um hospital onde os limpadores de janela se fantasiaram de super heróis para alegria das crianças que acompanhavam o trabalho dos profissionais de limpeza.

Tempos atrás, citamos em uma matéria, a linda ação de humanização promovida por um hospital do interior de São Paulo, que mandou confeccionar o ursinho ELO, direcionado a crianças com câncer, quando  as mesmas apertavam sua patinha ouviam a voz de um familiar, ou de um amiguinho encorajando-os na difícil jornada rumo a recuperação.

Utilizar as redes sociais para promover conscientização e humanização também é uma ótima forma de atingir principalmente o público mais jovem, outro grande hospital referência no tratamento de câncer situado na capital paulista costuma usar o Instagram para promover tais ações que por sinal é a rede social que mais ganha adeptos atualmente.

Hospitais brasileiros e estrangeiros estão quebrando paradigmas, sobretudo na área pediátrica, colorindo as UTI´s, e outras dependências como a área destinada a exames de imagem, suavizando o ambiente hospitalar para que o paciente sinta-se mais confortável, diminuindo o nível de stress durante o período de internação. Isto atinge também acompanhantes, familiares e amigos dos mesmos e forma opiniões bastante positivas.

Digo que um hospital ao tomar a decisão de promover uma campanha de conscientização ou mesmo uma curta ação como no caso da estátua de gelo, deve incentivar seus colaboradores a darem ideias, não apenas encarregar terceiros para isto, embora a assessoria de profissionais capacitados para isto é de grande importância, instigar a criatividade da equipe multiprofissional em prol da divulgação de assuntos extremamente relevantes para a sociedade é um ótimo caminho para a instituição além de gerar um endomarketing positivo perante aos colaboradores, fazendo com que os mesmos sintam-se valorizados e, sobretudo parte da ação a ser divulgada.

No meio da palavra criatividade encontramos outra palavra ainda mais importante, VIDA, e é assim que o processo de criação a serviço da saúde e humanização deve ser um dos pilares de toda instituição de saúde.

Em saúde a criatividade somada à conscientização contribui, e muito, para a formação de uma sociedade cada vez mais humana para com seus semelhantes e quem inova se renova.

Por isso, ao estimular o desenvolvimento da criatividade, todos saem ganhando, tanto os clientes, que se sentem cada vez mais prestigiados, quanto a instituição, que acaba sendo vista com uma empresa que se preocupa em oferecer um atendimento humanizado para estes clientes.

Profissional de Comunicação e Marketing pela Universidade São Judas Tadeu, atuando na área da saúde desde 1999. Atualmente trabalha no HCOR - Hospital do Coração - SP, tendo passado por renomadas entidades como: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Hospital Israelita Albert Einstein e Fleury Medicina Diagnóstica. Colunista na Revista Visão Hospitalar e palestrante. Dedica-se ao estudo do marketing e comunicação em instituições de Saúde.

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