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Quais Investimentos podemos fazer dentro das Empresas de Saúde?

Vivemos um momento de recessão em nosso país, passando por uma das maiores crises dos últimos 20 anos.

Com base nas informações que recebemos diariamente, através dos meios de comunicação, podemos prever um futuro próximo, um pouco mais complicado.

Na atual situação em que nos encontramos, aquele que possuir um “capital extra”, deve guardar o máximo possível, e procurar fazer algum tipo de investimento, buscando uma segurança financeira, para enfrentar esta crise.

Sendo assim, o que devemos saber, antes de investir nosso dinheiro?

Investimento pode ser definido como sendo o dinheiro gasto hoje em bens e direitos, com o objetivo de aumentar a quantidade de dinheiro a ser recebida no futuro.

Para diversas pessoas, quando pensam em investimentos, a primeira lembrança que vem à mente são aplicações financeiras e imóveis, mas na visão de um investidor ou um empreendedor, o leque de opções é muito mais amplo.

Podemos listar alguns motivos de investimento:

  • Substituição: trocar um equipamento antigo que requer muita manutenção por um novo;
  • Redução de custos: aquisição de sistemas ERP, afim de agilizar processos e reduzir custos;
  • Modernização: Compra de um equipamento de ponta, reformas estruturais;
  • Expansão: Aquisição de imóveis e equipamento para ampliação;
  • Projetos: contratação de empresas de consultoria para projetos de acreditação, plano de marketing, planejamento estratégico, dentre outros;
  • Treinamento: Capacitação de pessoal para novos produtos e serviços, uso de sistemas, aperfeiçoamento gerencial.

A palavra investimento tem na sua essência a ideia de lucro, de retorno, de aumento de riqueza. Porém, a concorrência, o mercado e a mídia, muitas vezes, forçam o proprietário de uma clínica a realizar investimentos que não geram qualquer retorno, mas que, caso não sejam concretizados, poderão implicar na perda dos clientes atuais.

Vamos dar um exemplo: Há uma clínica com paredes que necessitam de pintura, equipamentos antiquados, sem computadores e com televisão antiga, de tubo, na sala de espera. Ou esta clínica se moderniza, realizando investimentos em reformas na estrutura física, na aquisição de computadores, adquirindo televisores modernos e equipamentos de produção, que serão utilizados no atendimento dos clientes, ou gradativamente começará a se desfalecer.

O interessante é que muitas vezes o proprietário não consegue ver o que está acontecendo, não enxerga que precisa investir para se atualizar e enfrentar melhor a concorrência.

Nesta situação, a clínica rejuvenescida poderá até atrair novos clientes, mas é muito difícil mensurar este efeito, pois o foco principal é a manutenção da clientela que já possui. Podemos citar ainda outros investimentos que são, por vezes, necessários, mas dificilmente propiciam algum aumento de receita visível, tal como um equipamento pouco utilizado, mas que traz mais conforto ao paciente.

O investimento em si caracteriza-se em ter um retorno,  porém este retorno vem sempre acompanhado de um certo risco. As decisões neste tipo de investimento, como expansões, compra de um novo equipamento, modernizar o consultório, transformar a clínica em um hospital, implantar novas especialidades etc. devem sempre ser acompanhadas de análises, chamadas de projetos de viabilidade econômico-financeira ou business plan.

A análise do investimento serve para avaliar os efeitos nos resultados por meio de previsões que estimam o volume de atendimento, o pagamento do investimento, a amortização da dívida, os resultados operacionais gerados, que é a estimativa das receitas e dos custos, e o tempo que demorará até recuperar o capital empregado.

Esta análise, normalmente baseia-se em critérios comparativos, possibilitando ao investidor conhecer estimativas de retorno entre duas ou mais opções, antes de investir. Este modelo comparativo é chamado de custo da oportunidade.

Por exemplo: aplicar R$60 mil no mercado financeiro a uma taxa atual de cerca de 0,7% ao mês proporcionará ao investidor, em um prazo de cinco anos, o montante de R$91 mil. Caso este investidor adquirisse um equipamento neste mesmo valor e considerando que em cinco anos este equipamento estaria obsoleto e necessitando ser substituído.

Então, as vendas com o uso deste equipamento deveriam proporcionar ao empreendedor pelo menos o montante de R$151 mil, dos quais R$60 mil para repor o equipamento obsoleto e R$91 mil de recuperação, empatando com a remuneração oferecida pelo mercado financeiro. Vale observar que este montante deve ser alcançado somente com a taxa de uso do equipamento, sem considerar o honorário do médico que realizou o serviço.

Existem diversas metodologias e técnicas para avaliação de investimento. Portanto, antes de ampliar a clínica ou comprar um novo equipamento, é sempre aconselhável fazer um projeto de viabilidade. Com ele, é possível reduzir bastante o risco na hora de investir. Se a decisão de comprar já foi tomada independentemente de qualquer análise, o conselho é: não faça os cálculos depois que adquiriu, pois você poderá ter surpresas desagradáveis.

Doutor em Ciências pela UNIFESP / EPM – Área de concentração – Custos em Saúde (Oftalmologia); Pós Graduado em Administração Hospitalar e de Sistemas de Saúde pela Fundação Getúlio Vargas (Proahsa); Formado em Ciências Contábeis pela Universidade da Cidade de São Paulo. Diretor Executivo da XHL Consultoria. Articulista da Revista DOC (Finanças). Coordenador Técnico do Curso de Gestão em Saúde da UNASP – Centro Universitário Adventista de São Paulo. Professor de Custos Hospitalares e Contabilidade Gerencial do Centro Universitário São Camilo, da Fundação Unimed da Faculdade de Saúde Pública (FMUSP), da UNIFESP / EPM (Instituto da Visão.

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