Pesquisa realizada pelo portal Nutrição Clínica, revelou que todos os entrevistados não tiveram noções de marketing ou gestão de empresa em sua formação profissional. Ainda apontou que 42% deles possuem consultório próprio e apenas 4% utilizam ou já utilizaram serviços de empresas de relações públicas e comunicação para divulgação dos serviços oferecidos. O estudo foi realizado com 300 profissionais da área de saúde, entre os dias 15 de agosto de 2011 e 31 de janeiro de 2012.
Analisando tal panorama, pode-se observar que mesmo com o crescimento do número de consultórios e pequenas clínicas, a cultura acadêmica na área de saúde ainda privilegia a educação focada na prevenção e cura das doenças e, às vezes, esquece-se de preparar os profissionais na área administrativa e profissional.
“Ao assumir a função de gestores de unidades assistenciais das diferentes áreas da saúde, desde consultórios até clínicas especializadas, os profissionais precisam identificar oportunidades de administração de recursos, otimizar investimentos e potencializar, por meio de ferramentas administrativas ou de comunicação, os resultados corporativos”, destaca o médico e coordenador do núcleo de estudos e negócios da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Dr. Daniel Magnoni.
O professor Severino Francisco da Silva, Universidade Federal de Alagoas (UFAL), conceitualiza como uma assistência médico-hospitalar de qualidade “aquela inovativa, de alto padrão tecnológico, mas, ao mesmo tempo humanizada, diferenciada ao nível de cliente-paciente, mas que no plano geral, apresenta-se como integral, a fim de garantir a tranquilidade assistencial da população”.
Severino também aponta que, ainda, há uma restrição ao marketing na área de saúde, motivada “pela falta de informação do público a respeito do verdadeiro papel do marketing; forma, ainda, não muito inteligente de como está sendo utilizado na área etc”. Ainda, comenta que tal resistência tende a desaparecer conforme o público e especialistas entendam a “real concepção” do marketing.
Dr. Edgar Luna, especialista em Gestão Estratégica e Marketing em Saúde, também aponta como importante o marketing pessoal, pois “desde o momento que você se torna um prestador de serviços, mesmo sem ter seu próprio consultório ou clínica, o médico se torna um empreendedor de si mesmo e precisa sim investir na sua imagem, competência e personalidade”.
“Muitos profissionais de saúde ainda pensam que marketing é propaganda ou publicidade, que tendo um consultório bonito, um site ou um anúncio em alguma revista é suficiente, quando na verdade trata-se de um conjunto de estratégias que permitirão que o médico ofereça um melhor serviço a seu cliente (paciente), tendo como foco a satisfação dele, aumentando dessa maneira a credibilidade e fidelidade do paciente com o médico”, defende Edgar.