A relação médico-enfermeiro é definitivamente uma das mais frequentes e talvez a mais importante dentro do ambiente hospitalar. Sendo assim, a percepção sobre os cuidados aos pacientes deveria estar alinhada, porém, parece que esse alinhamento não acontece na maioria dos hospitais.
Segundo um relatório do HealthLeaders Media Industry Survey, os médicos e os enfermeiros percebem suas interações de forma diferente, com destaque para as questões de comunicação e de como os médicos tratam os enfermeiros. De acordo com o estudo, 42 por cento das chefias de enfermagem, considera que o abuso ou desrespeito por parte dos médicos aos enfermeiros é frequente, enquanto apenas 13 por cento das chefias médicas considera que isso é comum nas suas instituições de saúde.
Uma das principais queixas dada pelos enfermeiros foi que “os médicos não estão dispostos a ouvir por completo as evoluções que os enfermeiros fazem dos pacientes, os interrompem de forma brusca ou até os ignoram”. Por outro lado, a maioria dos médicos disse que não considera essa atitude como desrespeitosa.
Outra contrariedade entre médicos e enfermeiros se deu quando 77% dos enfermeiros disse que a qualidade da sua instituição melhoraria se incrementasse a qualidade com os cuidados de enfermagem para os pacientes, enquanto só 48% dos médicos acreditava nisso.
De acordo com a pesquisa, os enfermeiros também priorizam mais a experiência e a satisfação do paciente e as colocam como o principal dentro do cumprimento das suas funções. Em seguida veem a qualidade clínica e a segurança, e em terceiro a redução de custos e a melhorias dos processos.
Mas, por que os médicos e os enfermeiros têm uma visão tão diferente da mesma realidade?
O estudo não da uma resposta concreta, mas enfatiza que para ter uma verdadeira reforma e evolução dos cuidados da saúde nos hospitais, os enfermeiros deverão ter um papel mais proativo e mais responsabilidades na tomada de decisão e coordenação dos cuidados aos pacientes.