Engajamento é definido como o estado de envolvimento ou comprometimento emocional e intelectual de um funcionário que resulta em mudança no comportamento. É o entusiasmo e a satisfação pelo trabalho.
Funcionários engajados vestem a camisa da empresa. Sentem que seu trabalho interfere diretamente em toda a cadeia de processos da organização, gerando frutos e retorno direto.
A equipe que vislumbra este cenário, toma decisões e escolhe rumos para a otimização total das ações. Não é apenas fazer o próprio trabalho bem feito, mas sim contribuir para que o todo faça da melhor maneira possível.
Porém, na área da saúde, muitos executivos sabem que o engajamento do profissional médico não é fácil e nem sempre é um sucesso nas organizações de saúde, apesar dos esforços que eles realizem para tal fim.
Nesse sentido, um estudo do Current Directions in Psychological Science revela que o engajamento ao trabalho por parte dos profissionais vêm de dois fatores: os recursos oferecidos pelo empregador, assim como os próprios traços pessoais do empregado. Ambos os fatores podem afetar o nível de envolvimento e o desempenho do profissional. O estudo também verificou que o nível de envolvimento com a empresa varia de acordo com o dia e às vezes até com as horas, tendo picos de engajamento durante o dia de trabalho ou plantão.
Não é surpreendente saber que os recursos oferecidos pelo empregador, como o apoio social, jurídico, psicológico, feedback, e autonomia na tomada de decisões, ajudem a satisfazer sua equipe médica, mas infelizmente, sabemos, na maioria dos casos, não são suficientes para engajar de vez à equipe médica.
É importante saber que o engajamento não vêm exclusivamente daquilo que o empregador faz ou oferece, mas também do próprio profissional, como traços pessoais, autoestima, valores, aspirações, objetivos e otimismo no trabalho.
Por isso, os médicos mais engajados com uma organização de saúde são aqueles que se traçam metas pessoais mais realistas e se identificam melhor com a missão e visão da instituição. É necessário que o médico seja envolvido no processo da organização e ele precisa acreditar na instituição pela qual presta serviços ou é contratado.
“Eu tenho certeza que ninguém espera sentir dos seus médicos o mesmo ânimo todos os dias”. Às vezes o trabalho é tedioso; chato ou monótono, eles precisam estar preparados para tolerar tudo isso dentro dos padrões da sua função, e a instituição de saúde está obrigada a dar esse suporte.
Isso foi apresentado por um estudo publicado pelo Journal of Managerial Psychology que conclui que uma estrutura organizacional forte, ajuda a ajustar melhor os novos médicos e aumenta o envolvimento pessoal no trabalho.
É preciso lembrar que o ser humano é por si só, um ser instável, com carências, desejos, crenças, expectativas e emoções. Isso interfere em todos os âmbitos de sua vida, seja pessoal, profissional ou social, o tempo todo. Não existe uma pessoa que pense, aja e sinta exatamente igual todos os dias, nem em todos os momentos do dia.
As instituições de saúde devem ter presente que elas só se beneficiam quando impulsionam o bem-estar dos seus médicos, afinal profissionais engajados são mais produtivos. As pesquisas também comprovam que eles são mais eficientes, mais focados nos pacientes, mais seguros e mais resistentes a novas propostas de trabalho.