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Você está Preparado para ser um Verdadeiro Líder?

Muitas vezes quando estamos acompanhando as publicações voltadas para o mundo dos negócios, vez ou outra nos deparamos com o tema “liderança”. Todas elas trazem uma formula: as regras de ouro, os tipos de líder, a lista do que fazer e do que não fazer para ser um líder respeitado.

No meio empresarial há quem defenda a variação de liderança, como a liderança ética, a compartilhada, a inovadora e a democrática. Ou seja, tem de tudo!

Manter-se bem informado é pré requisito básico para qualquer executivo ou dirigente do setor hospitalar. Mas, sem fazer a lição de casa, sem aplicar na prática o que se tem buscado de informação, o efeito acaba sendo muito pouco, ou quase nulo.

Para fazer a diferença em uma área de atividade como a da saúde, só realmente compreendendo que ser líder é muito mais do que o nome do cargo, a posição na hierarquia da empresa ou a experiência acumulada em anos de atuação.

Há diversas definições de liderança. Gosto em especial de uma delas, do autor James C. Hunter, segundo o qual liderança é a “habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem comum”. Aprecio também a ideia do líder ser um condutor de pessoas, a melhor forma de liderança é através do exemplo.

Falando em exemplo, daria para escrever um artigo só para enumerar líderes inspiradores, casos de sucesso na condução de negócios, nas mais diversas áreas. Ou melhor, dois artigos,  um só sobre talentos brasileiros, nossa prata da casa, e outro sobre executivos, gurus e mentores que fizeram e fazem bonito lá fora.

Infelizmente, podemos afirmar, com certo pesar que, dificilmente, neste rol de homens e mulheres brilhantes, encontraríamos um representante do setor hospitalar.

Se enfrentamos adversidades na gestão dos hospitais, clínicas e serviços integrados de saúde, se lamentamos o crescimento ou o lucro abaixo do esperado, se nos frustramos com o baixo nível de engajamento ou comprometimento das equipes, é porque ainda estamos muito distantes do perfil de líder que faz a diferença, do líder que ajuda, incentiva e ensina as pessoas a fazerem a diferença. Ainda carecemos de uma cultura baseada em conceitos modernos de gestão de negócios e de pessoas.

A mistura de religião, filantropia e política que está na origem do setor hospitalar brasileiro, por mais nociva que possa ser, ainda está muito presente e não nos deixar avançar o tanto que precisamos, para melhorarmos nossos resultados e, quem sabe, darmos nossa contribuição aos modelos de administração, operação e liderança que vão parar nos livros que todos leem para saber como fazer melhor.

À parte o cenário pessimista, contudo, temos uma boa notícia: Ainda dá tempo de preencher esta lacuna, mas não vai ser atrás de uma mesa elegante, sentado numa cadeira luxuosa, ou somente observando, como quem opera os voos na torre de controle. O líder deve ser observador, sim. Também precisa dar as coordenadas e acompanhar o painel de bordo sem cessar. Tem que emanar autoridade e inspirar respeito. E as atribuições não param por aí. O perfil de liderança evoluiu e vai continuar se aprimorando no ritmo das mudanças no mundo corporativo.

Alguns conceitos no entanto não envelhecem, e podem ser o ponto de partida para o dirigente da área de saúde que está disposto a sair da zona de conforto e, quem sabe, se tornar referência para os seus pares.

Todos nós temos as nossas referências e, pessoalmente, a minha e a principal foi Jack Welch, quase uma lenda no mundo corporativo após seus feitos e conquistas em 20 anos à frente da General Eletric.

Em seu livro “Paixão por vencer”, Welch escreveu uma frase que não me saiu mais do pensamento quando o assunto é conduzir negócios e pessoas: “Você não é líder para ganhar um concurso de popularidade – você é líder para liderar”. Simples, certo? Bem, para ajudar, ele foi além, e enumerou algumas atitudes que os líderes – os líderes de fato, quero dizer – praticam dia a pós dia. Tomo a liberdade de reproduzi-las aqui:

  • “Os líderes são incansáveis em melhorar a equipe, usando todos os encontros como oportunidade para avaliar, treinar e reforçar a autoconfiança.”
  • “Os líderes se empenham para que as pessoas não só compreendam a visão, mas também para que a vivenciem e a respirem.”
  • “Os líderes se põem no lugar de todos, transpirando energia positiva e otimismo.”
  • “Os líderes angariam confiança com franqueza, transparência e reconhecendo os méritos alheios.”
  • “Os líderes têm coragem para tomar decisões impopulares e agir com base no instinto.”
  • “Os líderes questionam e instigam, por meio de uma curiosidade constante que se aproxima do ceticismo, esforçando-se para que suas perguntas sejam respondidas com ação.”
  • “Os líderes inspiram a assunção de riscos e o aprendizado constante, dando o exemplo.”
  • “Os líderes comemoram.”

Como dissemos anteriormente, infelizmente, ainda, não conhecemos um líder que concentre, ao mesmo tempo, todas essas qualidades. Já vimos alguns muito bons em construir autoconfiança. Outro experts em correr riscos. Tem os que praticam a empatia e emanam franqueza e transparência. Mas não tivemos a oportunidade de trocar ideias com aquele líder que vai se juntar aos outros tantos “papas” do mundo dos negócios que estampam as capas dos best-sellers da área. E você? Está pronto para ser um líder de fato e, quem sabe, entrar para a história?

Sócio da Korbes Consulting com ênfase em trabalhos de: Implantação de governança corporativa, Análise e implantação de estrutura organizacional e seu desdobramento, Definição de estratégias com implantação do plano estratégico e seu desdobramento, e gestão do Corpo Clinico. Foi Diretor do Grupo Saúde Bandeirantes. Foi Diretor da ACSC - Hospital Santa Catarina. Foi Superintendente Geral do Hospital Moinhos de Vento.

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