Como Liderar em Tempos de Crise?

As grandes empresas brasileiras não foram criadas na bonança, até porque momentos de bonança são raros na história do Brasil e da América Latina. Elas foram erguidas enfrentando dificuldades econômicas e políticas. E superaram essas dificuldades se reinventando, encontrando oportunidades nessas crises. Seus empresários não foram só empresários. Nesses momentos, foram grandes líderes.

Nossos clientes precisam de soluções inovadoras, baratas, práticas e simples. As grandes invenções foram criadas em momentos de guerra. Foi o frio que inventou o fogo, a distância que inventou a roda. É o problema que cria a grande solução.

Mas, como controlar e continuar liderando em momentos de crise?… Em época de contenção de gastos?… E demissão em massa?

Não é segredo para ninguém que quando o mercado entra em crise, as empresas vendem menos, produzem menos, precisam conter gastos, e uma das primeiras medidas para reduzir custos é o corte da folha de pagamento, os primeiros a serem cortados são os funcionários, já que nos hospitais, a folha de pagamento representa de 60% a 70% dos custos dessas empresas.

E para quem fica na instituição? Qual a sensação que fica neste profissional?

Com certeza, os profissionais que ficam, estão em alerta, com medo de novos cortes com as mudanças e do futuro incerto. Pois, mesmo tendo seu emprego preservado, fica com aquela sensação de que os próximos demitidos serão eles, e podem se envenenar nas famosas conversas infrutíferas, gerando mal estar em todos os setores daquela organização.

Quando acontece a demissão em massa, muitos profissionais passam a realizar tarefas, que antes não sabiam como desempenhar, mas por necessidade, acabam fazendo, e assim aprendem novas atividades dentro do hospital, ou clínica em que atuam.

Os líderes têm que dar o exemplo, ensinar e mostrar na prática o que deve ser feito aos seus colaboradores. Se você pede corte de custos, comece você mesmo a cortá-los. Ninguém vai acreditar que há crise se você estiver de férias, se não estiver trabalhando de manhã até a noite, se não estiver ligado no que acontece com todos, respondendo aos clientes e aos colaboradores em tempo recorde.

O líder precisa dizer qual o rumo eles deverão seguir de agora em diante, nortear estes profissionais. Assim mantendo-os ao seu lado, para contribuir com mais empenho na recuperação da empresa.

Os líderes precisam fortalecer o vínculo com os funcionários que ficaram na instituição, mostrarem-se à equipe, discutirem abertamente os problemas, comunicarem-se permanentemente com seus liderados, oferecendo informações claras e abundantes. Devem contagiar as pessoas com uma atitude positiva, para que as mesmas continuem confiando na empresa em que trabalham, demonstrar que confiam no trabalho destes profissionais, para que os mesmo ajudem a organização sair desta crise.

Sabemos de relatos de profissionais da área da saúde, que dizem trabalhar sobre pressão, pois nas organizações em que trabalham, sempre há demissões, alta rotatividade e ficam preocupados em serem os próximos.

O que ocorre é uma falha na comunicação, falta de conversa dos líderes, dos gestores com seus liderados, para que eles tenham tranquilidade em trabalhar naquele hospital e/ou clínica, e possam exercer suas funções com mais facilidade.

Como gestores devemos ter em nossas mentes, que os profissionais que quem estão sob a liderança, precisam estar com a cabeça focada 100% na sua atividade, sem se preocuparem com as incertezas, já que lidamos com vidas o tempo todo, de forma direta ou indireta, e manter os profissionais tensos, pode acarretar em grandes problemas.

A função dos líderes é fazer com que os liderados enxerguem com clareza o futuro dentro da instituição, e que a valorização seja vista por todos, já que no momento em que mais foi solicitado, todos se desdobraram, para manter a qualidade no atendimento, que nossos clientes precisam, para amenizar sua condição de saúde.

Há uma necessidade de mostrar sua preocupação com o bem estar de todos os profissionais, que permaneceram na instituição, extraindo o que há de melhor deles. Gerando motivação e estímulo para tomar atitudes, criar expectativas e buscar soluções conjuntas. Resumindo, como foi a visão de Lincoln: “O Líder precisa preservar a União”.

Tudo isso fará com que os funcionários desempenhem com muito louvor as suas atividades, criando inclusive, novas oportunidades, pois para quem mantiver seu emprego, quando a empresa passar da crise, haverá possibilidades de promoções, com grande potencial de crescimento.

Edson Mendes de Santana

Administrador Hospitalar pelo Centro Universitário São Camilo. Ampla experiência em rotina administrativa hospitalar, negociação de valores de materiais de alto custo e atendimento ao cliente. Busca se aprimorar com conhecimentos para a gestão e motivação de pessoas no ambiente hospitalar. Experiência em relacionamento com clientes, busca de novas parcerias e negócios.