Carreira em W: Uma Nova opção para os Profissionais de Saúde.

Nos sistemas tradicionais de desenvolvimento de carreira, para crescer numa organização pressupõe que os profissionais passem por cada um dos cargos de analista, gerente e diretor.

Algumas décadas atrás, no entanto, as empresas começaram a encontrar perfis não compatíveis com essa lógica de crescimento. Eram funcionários que, obrigados a assumir uma posição de liderança, passavam a odiar o novo status e a comprometer seu trabalho e o da equipe.

Surgiu então o modelo de carreira em Y, onde o profissional se decidia por ser um especialista técnico, ou passava para a gestão da empresa.

Com o passar do tempo os gestores das empresas perceberam que os profissionais poderiam ter outras opções, sem a necessidade de optar por um caminho ou outro.

Surge assim a carreira em W, basicamente, essa modalidade é uma alternativa à carreira em Y, na qual os profissionais têm duas opções: seguem ou como especialistas, ou como gestores. A nomenclatura engloba as duas coisas. O que significa que um técnico não precisa mais deixar de colocar a mão na massa para se tornar gestor (geralmente de equipes e durante projetos específicos).

Isso vai ao encontro da necessidade das empresas se tornarem mais eficientes e não perderem profissionais por falta de uma maneira de recompensá-los pelo bom desempenho no trabalho.

Muitos devem estar pensando: “Isso não acontece na área da saúde”. Bom, na verdade sim, aso poucos os hospitais e outras instituições de saúde vêm introduzindo essa forma de desenvolvimento profissional. Há casos de profissionais que entraram em hospitais realizando suas funções técnicas, como enfermeiros, fisioterapeutas, médicos, porém muitos exercem estas funções sem a nomenclatura desta carreira.

Esse tipo de atuação ainda gera dúvidas nos profissionais. Porque, mesmo sendo uma mistura de gestão com especialização, muitos técnicos não têm certeza sobre se querem ou não ser gestores, ainda que mantenham suas funções mais práticas.

Conforme uma coordenadora de enfermagem de um grande hospital da cidade de São Paulo, que supervisiona a formação de enfermeira, “é preciso ter muita clareza sobre as funções para que as expectativas não se frustrem. Por isso, é importante, na hora de uma promoção, entender exatamente quais serão as novas atribuições e como será o equilíbrio entre gestão e parte prática.”

Para isso, se faz necessário um acompanhamento e apoio, por parte da instituição, nas exigências de cada área, senão este processo não dará certo.

Existe um mito, que diz que para ser bem sucedido, é necessário ter uma carreira gerencial de qualquer forma, porém dependendo do perfil do profissional, a gestão não é a melhor opção, porque não irá lhe dar a satisfação pessoal que todos buscam.

Nós devemos começar a ver com outros olhos, rever nossos conceitos, em relação ao crescimento lateral, pois com o surgimento da carreira em W, faz aumentar a empregabilidade, e também o repertório pessoal.

Mesmo mantendo o trabalho de um técnico, o profissional que optar pela carreira em W, deverá desenvolver competências específicas, como liderança, gestão de pessoas, relacionamento interpessoal, tomada de decisão rápida, e saber aplicar, e receber feedbacks dos profissionais que estão a sua volta.

Chegamos a um momento em que temos que mudar a nossa visão, como dito anteriormente, para podermos crescer e evoluir, não só como profissionais, mas também como seres humanos.

Edson Mendes de Santana

Administrador Hospitalar pelo Centro Universitário São Camilo. Ampla experiência em rotina administrativa hospitalar, negociação de valores de materiais de alto custo e atendimento ao cliente. Busca se aprimorar com conhecimentos para a gestão e motivação de pessoas no ambiente hospitalar. Experiência em relacionamento com clientes, busca de novas parcerias e negócios.