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Quando acontece Assédio Moral no Ambiente de Trabalho?

Para iniciar este texto, iremos citar uma frase de H. Jackson Brown Jr: “nem sempre posso controlar o que sinto a respeito de outra pessoa, mas posso controlar como me comporto em relação a outras pessoas”.

O ambiente de trabalho pode proporcionar realização pessoal, segurança e satisfação. Entretanto, dependendo do modelo de gestão presente na organização pode gerar sofrimento psíquico no trabalho manifesto por meio de queda no desempenho ocupacional, desatenção, mudança de humor, estresse, sensação de pressão, baixa autoestima, inseguranças, etc.

Infelizmente ainda é comum nos meios corporativos o desrespeito às leis trabalhistas, com repercussões nos direitos constitucionais dos cidadãos e no status dos trabalhadores e estilos de lideranças autocráticos que tratam as pessoas como “coisas” ou com pouca maturidade, em ambientes ameaçadores, favorecendo a manifestação de emoções como a raiva e crises pessoais.

Ambientes ocupacionais controladores e autocráticos exigem que usemos máscaras rígidas do tipo: “Não permita que seus problemas pessoais interfiram no seu trabalho”, “Você é pago para operar e não para pensar”, “Não pense que você é insubstituível”.

Tais falas no meio ocupacional corroem as relações de confiança e a possibilidade de construção de relacionamentos saudáveis e verdadeiros, além de retirar nossa criatividade e espontaneidade, ou seja, aquilo que nos é mais legítimo, que nos diferencia e nos torna humanos.

O assédio no ambiente de trabalho ocorre quando um conjunto de atitudes por parte do empregador, o assédio vertical, ou colegas, assédio horizontal, têm como objetivo expor o trabalhador a situações vexatórias, constrangedoras e humilhantes para sua reputação, de forma repetitiva e continuada.

O agressor, ignora, hostiliza, e/ou inferioriza, até conseguir a desestabilização emocional do trabalhador. Muitas vezes no ambiente de trabalho pode haver uma cultura de gestão permeada pela violência, com a finalidade de atingir metas e resultados para a empresa.

A reprodução destas agressões dá-se pela reprodução de um modelo sem a percepção e avaliação de quem pratica o assédio.

Alguns exemplos de métodos assediadores envolvem ações de precarização das relações superiores ou com colegas de trabalho, altos níveis de pressão por tempo, sobrecarga ou pouca carga de trabalho, metas abusivas e ameaça de demissão são os mais citados pelos trabalhadores nos Ministérios do trabalho de acordo com levantamento com bancários do Instituto Declatra e o SEEB/Curitiba.

As consequências do assédio para as organizações são devastadoras e envolvem gastos com absenteísmo, perda de produtividade, rotatividade de pessoal e custos trabalhistas (afastamentos e demissões). Já para o assediado o risco de acidentes é aumentado, além de sofrimento psíquico.

Este quadro pode se manifestar com sintomas como desânimo, cansaço, sentimento de vergonha, queixas somáticas, dores, insônia, tontura, depressão, ansiedade e até pensamentos suicida.

Dentre de uma organização para se construir um ambiente de comunidade exige-se um grande esforço e determinação.

Para se transformarem em comunidades, as empresas passam por estágios desafiadores. Temos que elaborar uma metodologia para criação de comunidade composta por etapas: fingimento, conflito, comunidades e funcionamento saudável. Nesta última etapa os funcionários da organização se sentem seguros e sem temer o julgamento e ou condenação de suas ideias.

Muitas vezes podemos estar presos a uma cadeia de violência que pode ocorrer no trabalho e nas relações sociais em geral. E preciso entender a violência para mudar nosso estio de vida e comportamento.

O diálogo é a ferramenta mais digna de conduzir o relacionamento entre as pessoas.

Psicóloga Clínica. Mestre em Psicologia do Desenvolvimento na Faculdade de Ciências da Unesp de Bauru-SP. Psicóloga Junguiana pelo Instituto de Psicologia Junguiana de Bauru. Especialista em Psicologia Clínica pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais HRAC-USP. Atua principalmente em: Psicologia Perinatal, Qualidade de Vida e Saúde Ocupacional. Recente colaboração em capítulo do livro "Desvendando mitos da terapeuta familiar". Foi Supervisora na Saúde do Trabalhador do Hospital Estadual Bauru.

2 comentários em: “Quando acontece Assédio Moral no Ambiente de Trabalho?

  1. Com certeza! Abordagem perfeita de um cenário ainda (por incrível que pareça) tão atual! Parabéns!

  2. Boa tarde!
    Excelente matéria! Parabéns!!! Infelizmente esta é uma triste realidade que nós trabalhadores, da saúde ou não, enfrentamos diariamente….uma pena….
    Ótima abordagem!
    Sucesso!!!

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