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A Função da Hotelaria Hospitalar no Gerenciamento de Leitos.

Um dos grandes desafios que os hospitais enfrentam nos dias atuais é a falta de leitos ou a má administração na gestão dos mesmos.

Infelizmente no dia-a-dia, temos escutado com frequência, algumas frases em várias organizações hospitalares, que valem a pena refletirmos sobre o papel da Hotelaria Hospitalar e como podemos ajudar a melhorar este cenário:

– “Nossa!, o hospital está lotado, não temos mais leitos”. – “Se não tiver alta no andar, não tem como liberar leitos para o CTI”. -“A cirurgia já terminou, e o paciente está na sala de recuperação, mas não tem leito”. E por aí vai…

Como sabemos, gerenciar leitos hospitalares significa utilizá-los em sua capacidade máxima dentro dos critérios definidos pela instituição, visando à diminuição da espera pela internação e evitando transferências.

Um bom gerenciamento de leitos gera segurança nas informações, possibilitando à equipe multidisciplinar uma maior integração, com informações exatas, tornando possível a diminuição da lentidão no processo de internação.

Normalmente, o processo de internação hospitalar requer cooperação e coordenação de diferentes departamentos, tornando-se indispensável para obter a eficácia, uma maior integração e unificação das equipes multidisciplinares.

Costumamos dizer que um hospital é como uma máquina, que para funcionar depende de pessoas, pessoas alinhadas e capacitadas para operar esta grande máquina. Caso contrário ela para ou ficará com problemas em suas peças e não vai operar com 100% da eficácia.

Nosso papel como gestores de hotelaria hospitalar, onde gerenciamos a grande maioria das áreas, como: Internação, Higienização, Portaria, Segurança, Lavanderia, Rouparia, SND – Serviço de Nutrição e Dietética, Central de agendamento de cirurgia e consultas, dentre outras, é garantir que todas as interfaces funcionem bem e proporcionar aos nossos clientes conforto, segurança e bem estar.

No Congresso Brasileiro de Hotelaria Hospitalar 2012, tivemos a oportunidade de presenciar a palestra do Prof. Marcelo Boeger, “A Responsabilidade da Hotelaria na Gestão do Leito”, onde de uma forma muito prática, soube pontuar nosso papel nessa gestão.  Ele fez uma comparação fantástica entre a gestão dos aviões em um aeroporto com a gestão dos leitos hospitalares, dando ênfase ao tempo que se gasta para realizar os processos.

A gestão dos aviões no aeroporto é comandada pela torre de controle: As torres de controle dos aeroportos dedicam-se a orientar os aviões principalmente nas fases de manobra, decolagem, pouso e sobre voo das pistas. Sua maior função é evitar colisões entre as aeronaves, veículos e obstáculos que movimentam-se em solo.

A torre de controle nos hospitais: o “Setor de Gerenciamento de Leitos” é a responsável pela comunicação para as áreas, decidindo quantas cirurgias podem ser agendadas, decide junto com a equipe de assistência, qual a prioridade de internação do Pronto Atendimento, informa para todos envolvidos as prioridades do dia e as metas alcançadas.

Um setor de gerenciamento de leitos traz diversos benefícios para a instituição de saúde, tais como: contribuir para a satisfação do cliente médico e cliente paciente; aumentar a ocupação e otimiza a utilização da capacidade instalada; aprimorar o atendimento ao paciente e estreita o relacionamento com as operadoras.

Também é essencial identificar claramente os processos que interagem na ocupação dos leitos, definir metas para os processos, mensurá-los, checá-los, agir sobre os indicadores, propor melhorias, diminuir o número de transferências e planejar previamente a utilização do leito.

Uma boa gestão de leitos é essencial para a vida financeira de um hospital, e o setor de Hoteleira Hospitalar tem um papel fundamental nesses processos. Um leito não pode ficar parado porque os equipamentos não foram retirados do quarto, e por isso a encarregada da limpeza não realizou a desinfecção, ou a lâmpada esta queimada e tem X horas que a manutenção foi acionada e ainda não trocou, ou porque a roupa da lavanderia ainda não chegou, etc.

Estes são alguns poucos exemplos, visto na gama de fatores que impedem a eficiência no giro dos leitos. Todos somos responsáveis por esta gestão, mas para acontecê-la bem é necessário boa comunicação e integração entre as áreas.

Administradora de Empresas, Coordenadora do Grupo Mineiro de Hotelaria Hospitalar. Coordenadora de hotelaria Hospitalar do Hospital Socor Belo Horizonte MG. Atuação pela integração dos processos relacionados, implantação e disseminação do conceito de Hospitalidade.

7 comentários em: “A Função da Hotelaria Hospitalar no Gerenciamento de Leitos.

  1. Tenho uma dúvida sobre hotelaria, trabalho em um hospital e trabalho na hotelaria, queria saber se quem trabalha na área da hotelaria pode limpar ou higienizar os carinhos que coleta as roupas sujas, e limpa a área suja onde fica essa roupas… minha dúvida é pq se mexo com roupa limpa como vou limpar a área e contêiner infectados e depois mexer com roupa limpa…pode isso????

  2. Importante o Gerenciamento de Leitos precisa estar alinhado ao Planejamento Estratégico do Hospital.

  3. Sonho com o dia em que todos os administradores de hospitais pensarão assim e o Gerenciamento de Leitos será não só valorizado, mas parte fundamental de todas as instituições.

  4. Esse gerenciamento sendo efetivo, ajudará as Centrais de Regulação a melhor desempenhar suas funções. Gostaria de visualizar os itens que compõem essa “Função de hotelaria hospitalar”?

  5. Boa noite Mylaidy, tive a oportunidade de verificar o fato ainda essa semana em um grande hospital de SP as cirurgias estavam terminando, não havia vagas na UTI porque os leitos da enfermaria ainda não estavam liberados.
    A solução encontrada foi manter os pacientes em sala pois havia a necessidade de ventilação mecânica, passando a decisão para o anestesiologista.
    Como consequência as cirurgias agendadas foram adiadas, temos que pensar que os pacientes agendados estão submetidos a jejum de 12 horas, ansiosos e os familiares estressado.
    Os adiamentos provocam algo que beira o caos dentro da instituição.

    1. No hospital que trabalho, sempre faço as reservas de UTI antes do paciente entrar no bloco cirúrgico. 1 dias antes verificamos as cirurgias com reservas de UTI e deixamos reservadas para que não haja complicação nessa parte. Caso não tenhamos leitos de uti disponíveis para ser feitas as reservas, contactamos o médico informando a indisponibilidade da vaga. Daí fica a critério do médico se o paciente vai realmente precisar do leito ou se o médico vai cancelar a cirurgia por esse motivo. Mas nunca o hospital cancela a cirurgia sem antes informar ao médico a indisponibilidade do leito de UTI e também nunca colocamos o paciente em sala sem está com a reserva feita.

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