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Por que tantos Gestores são Líderes ineficazes?

Um líder é aquele que consegue bons resultados através do desempenho de sua equipe, incentivando o crescimento e preservando a harmonia e o bem-estar do grupo.

Desempenho e bem-estar, são conceitos que até alguns anos atrás eram considerados antagônicos, pelos administradores, no entanto, aos poucos, isso foi se modificando.

As organizações que se humanizaram, passaram a dirigir seus esforços para o capital humano, assim que perceberam que são as pessoas que fazem à diferença e que esse capital não lhe pertence, apenas está à sua disposição, enquanto for capaz de gerenciá-lo de maneira eficaz.

Para conseguir tudo isso, o líder deve criar visão, identidade, desenvolvimento, envolver e construir confiança para o trabalho em equipe.

Hoje, sabe-se que ter uma visão estratégica de futuro e saber comunicá-la aos outros membros da estrutura organizacional, são componentes essenciais de uma grande liderança. Mas, agora eu vos pergunto: Por que ainda tantos gestores são líderes ineficazes?

Porque na sua maioria não se dedica a liderar, trabalha como “bombeiro, apagando incêndios”.

Quando o gestor se dedica a “apagar incêndios”, nunca tem o tempo suficiente para resolver todos os problemas, as soluções são incompletas e/ou provisórias, os problemas reincidem e até transbordam a sua capacidade, se perde foco de fazer o importante e passe-se a fazer o urgente, planos a longo prazo não são alcançados porque sempre são interrompidos ou adiados, e os problemas tornam-se crise.

Quando o gestor se torna um “bombeiro”, não lidera mais. Não decide em que direção sua equipe está indo, o incêndio decide por ele, ou seja, o incêndio é considerado qualquer problema que tenha sido deflagrado e que exija seu tempo e sua dedicação. O incêndio controla sua vida, embora ele ache que está controlando o incêndio, porém, é o incêndio que o controla e perde o senso de oportunidade, fica cego para as possibilidades porque está mergulhado no problema, passando a ser definido por ele.

Se o gestor não sabe delegar, viverá apagando incêndios mesmo após extinguir o fogo, e perderá seu tempo pela instituição à procura de outro incêndio. Em pouco tempo só conhecerá incêndios e ainda não saberá o que fazer para combatê-los.

Mesmo quando não houver incêndio real, esse gestor encontrará algo que redefinirá como incêndio, pois é isso que acha que deve fazer, é um bombeiro e quer estar em ação. Ele não sabe que um incêndio só se torna relevante quando fica no caminho daquele objetivo futuro.

Porém, também podemos aprender com os bombeiros. Observe que o trabalho dos bombeiros e muito organizado, antes de começar sua ação primeiro, analisam o cenário, estabelecem uma estratégia e delegam funções para que toda a equipe participe e ajude a combater o incêndio, com foco. Após controlada a situação e apagado o incêndio, realizam a busca de vítimas e entra em ação uma perícia para identificar a causa e realizar depois um trabalho preventivo.

Um líder não combate incêndios 24 horas por dia. Um verdadeiro líder comanda sua equipe, do presente para o futuro, impedindo que uma simples chama se transforme em um incêndio.

Essa é a diferença básica entre um gestor ineficiente que deixa os incêndios ditarem o ritmo de seu trabalho e um líder consciente que segue seus objetivos e descentraliza atividades, forma novos líderes em sua equipe e sempre será uma referência positiva para toda organização que o contratar.

Doutor em Pediatria pela UNESP - Faculdade de Medicina de Botucatu, Mestre pela UEL - PR, Especialista e Graduado pelo Centro Universitário Barão de Mauá, Palestrante do Banco de Talentos da Academia do Palestrante - São Paulo. Professor Adjunto das Faculdades Adamantinenses Integradas. Professor convidado da Pós-Graduação em Administração da FGV - São José do Rio Preto, Professor convidado da FGV Management. Atuante em Palestras, Processos de Treinamentos e Consultoria Organizacional, Execução de Processos de Motivação e Apoio ao Desenvolvimento de Lideranças em várias empresas na Área de Gestão de Pessoas.

18 comentários em: “Por que tantos Gestores são Líderes ineficazes?

  1. Depende do contexto em que você está inserido. Na área hospitalar é preciso muitas mudanças, pois, é constante o “apagar incêndio”, e essa é uma grande armadilha para o gestor. A universidade não prepara o enfermeiro para ser líder e empreendedor, somente para realizar tarefas e obter conteúdo técnico-cientifico da área. Isso se torna uma realidade complexa, pois, para ser um bom gestor é necessário ter bom liderados e líderes, o que na área é difícil de encontrar. O bom gestor precisa de bom lideres ao seu lado para que forme uma equipe eficiente e todos obtenham sucesso com o resultado almejado.

  2. Pode ser por ter vindo de uma posição de interesses corporativos. Quando exercendo o cargo, acredito que seja porque esteja visando somente o objetivo da empresa (talvez como forma de se auto promover) sem se preocupar com o bem estar dos funcionários e do ambiente de trabalho como um todo. Este deve buscar os mecanismos para atingir o objetivo desejado de forma motivadora, mas com foco e de forma pontual, como forma de atingir os resultados desejados. Também acredito que o bom gestor “enxerga” longe e procura dar e delegar funções aos funcionários não somente pela competência, mas também pela vocação, envolvimento e facilidade para tomada de decisão.

  3. Na minha opinião, nesta situação devemos considerar :
    1) O perfil daquele que é o líder,
    2) Perfil daquele que está subordinado ao líder, e
    3) A saúde da empresa. A empresa tem sempre as idiossincrasias de seu idealizador e, assim, traz as falhas humanas para a sua empresa.
    Nem sempre a ineficácia está na pessoa exclusivamente, mas no conjunto dos fatores intervenientes.

  4. Difícil comentar sobre “ineficácia” pois realmente são tantos motivos. Acredito na adequação de talentos e buscar o que temos para fazer aquele determinado trabalho andar trata-se de outras questões maiores em jogo.Talvez haja uma visão distorcida, desconectada ou de uma posição do líder não compatível com as reais necessidades do grupo. Porém o líder tem que mover o objetivo focado no trabalho com um grupo envolvido. É muito destrutivo quando esta sintonia positiva não ocorre e encontramos obstáculos que não produzem para todos.

  5. A maior contingência de lideres ineficazes é consequência de indicações mal feitas, o que ocorre em várias empresas e no funcionalismo publico. Amigo de deputados, vereadores, e etc. Quem trabalhou na campanha e agora quer retribuição com ótimo salário, o que ocorre atualmente em vários setores (CAT, ONGs, etc.). Pessoas que ficam o dia inteiro sem nenhuma responsabilidade e sem nada para fazer percebendo salários muito bons.
    Esse é um pequeno exemplo de consequência de lideranças ineficazes, comum hoje em dia.

  6. O líder tem implícita ou explicitamente a intenção do outro a sua volta ou em função de si e sua posição, a cobrança de uma incumbência de resolução para o que está em pauta, porém demonstrar que todos fazem parte de uma resolução é a liderança e o incentivo do líder frente ao desempenho, crescimento e etc, embora seja em princípio mais trabalhoso.

  7. Um verdadeiro líder é aquele que valoriza e enaltece seu colaborador, estimulando-o e incentivando-o a alcançar objetivos em comum.

  8. Um grande líder é aquele que pensa no desenvolvimento de sua equipe e faz com que todos trabalhem feliz! O resultado é consequência!

  9. Concordo com a posição do Antônio Cláudio! Sinto isso na pele, pois enquanto Gestor de RH, dentro de um modelo de gestão praticado a muito tempo, onde o RH fica subordinado a uma Gerência, ou seja, não tem posição de staff, a situação fica complicada, pois é muito difícil o “Líder” aceitar o feedback, ou você sugerir uma mudança significativa de gestão, onde às vezes se faz necessário mexer na posição do seu Líder imediato. Como será que ele (Líder) irá processar a informação.

  10. Corretíssimo, Marcos! O único problema que só vemos isso nas palavras de professores, consultores e palestrantes. Na vida real, com raríssimas exceções, o que constatamos são gestores tayloristas, que consideram os talentos humanos como peças que podem ser substituídas a qualquer momento. Quanto mais alto o nível hierárquico do gestor, menos líder ele é, e o pior: por sua posição, não aceita feedback. O artigo é oportuno, é uma pena que jamais eles cheguem a ler ou considerar-se como tal.

  11. Porque quando eles chegam nesta posição se acham poderosos, o cargo lhe sobe a cabeça e se tornam autoritários. Tomam muitos cursos de Gestão e não conseguem colocar nada na prática. Existem exceções,é claro!

  12. O líder não costuma dizer que tem subordinados, e sim uma equipe, ou um time. Ele ouve as pessoas ao seu redor e está sempre disposto a tirar dúvidas. Ele procura trazer o melhor de cada um à tona e valoriza as habilidades dos indivíduos, respeitando suas dificuldades e trabalhando junto com a pessoa para ajudá-la a superá-las. O líder se responsabiliza junto com sua equipe quando algo não dá certo e divide a glória quando o objetivo é alcançado.É o que vejo e pratico na minha gestão.

  13. Acredito que está faltando nas organizações em geral a chamada “comunicação produtiva”, aquela onde a equipe inteira fala a mesma língua. Um exemplo clássico da falta de comunicação produtiva são as glosas hospitalares. Na maioria das instituições de saúde com alto índice de glosas, observamos que nem todos os envolvidos no processo são comunicados a respeito. O problema persiste, mês após mês, virando uma bola de neve. Quando ocorre o contrário, ou seja, uma comunicação eficiente entre as equipes envolvidas, os índices de glosas são baixos. Considero um bom Gestor aquele que conhece bem a arte da boa comunicação.

  14. Porque os gestores não têm foco na liderança e nos liderados. Tratam todos com cobranças, com ordens sem nenhum ouvido. Além de terem medo de se relacionar e se envolver com as pessoas e não cobrarem delas (da forma que eles acham eficaz) o desempenho esperado. O foco da maioria dos gestores é apenas o resultado, além do possível medo de darem “aberturas” e perderem seu cargos.

  15. O verdadeiro líder inova, desenvolve, privilegia pessoas, inspira confiança, tem olhos nos horizontes. Um líder eficaz é aquele que sabe ajudar os colaboradores a identificar as suas próprias necessidades e apoiá-los até à sua concretização, motiva os colaboradores a alcançar o objetivo definido. O gestor ineficaz gere pelo movimento, em vez de gerir pela motivação, diz respeito ao controle em vez de se relacionar com o planejamento. Líderes eficazes se comunicam e atuam de forma persuasiva, íntegra e intuitiva. Precisamos de líderes que acrescentem significados que possam ser adquiridos e utilizados por todos; que levem as pessoas a agir e a exprimir-se com entusiasmo. Líderes dinâmicos e que se adaptem com facilidade a diferentes situações.Os lideres eficazes marcam a diferença!

  16. Acho que porquê não estão se atualizando, nosso mercado é muito dinâmico, você não pode parar!

  17. Muito bom! Acredito que as empresas de modo geral tem se atentado mais para esta questão. O profissional de Treinamento e Desenvolvimento tem muito a contribuir com a temática, pois através de capacitações os gestores podem tornar-se líderes eficazes.

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