O trabalho voluntário é uma participação ativa, politizada e beneficente realizada por solidariedade e/ou compromisso social, visando uma sociedade mais equânime, sem retorno financeiro.
No Brasil, o voluntariado é de vital importância para diversas instituições públicas, filantrópicas e organizações não governamentais, visto que possuímos muita desigualdade social, o que mobiliza diversas pessoas à prestação de serviços voluntários.
Segundo pesquisas, dentre os setores que recebem o auxilio do trabalho voluntário, as instituições de saúde, como hospitais, creches e asilos, somam mais de 55% da população de voluntários no Brasil. A OMS (Organização Mundial de Saúde) vê no voluntariado um meio de transformação social, especialmente nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. A sociedade brasileira vem sofrendo transformações sociais com maior valorização e ampliação das discussões de problemas sociais, e um dos principais modos de enfrentamento destes problemas envolve as ações voluntárias nessas organizações.
Em geral, os voluntários de serviços em saúde relatam que suas atividades trazem benefícios para os pacientes e as equipes multiprofissionais de saúde, além de satisfação pessoal para os próprios voluntários por estarem exercendo uma atividade prazerosa, na qual percebem a importância do seu trabalho por meio do reconhecimento e gratidão dos pacientes para com os voluntários.
Os voluntários têm mais valorização em enfermarias de doenças crônicas e oncológicas de hospitais e casas de repouso, onde os pacientes permanecem por uma longa jornada, o que permitiria um trabalho planejado e de médio ou longo prazo, entre o voluntário, equipe de saúde e paciente, criando um ambiente mais humanizado e responsável para o paciente, e maior conforto psicossocial para enfrentamento das adversidades de sua patologia.
Porém, apesar da motivação pessoal e do comprometimento cívico de muitos voluntários para realização do seu trabalho, muitos relatam serem pouco valorizados pelas instituições que subjugam seu trabalho como um favor, sem enxergá-lo como uma parceria humanizada.
Também, para Araujo e Moniz (2008), o voluntariado hospitalar não deve ser valorizado apenas em razão dos interesses econômicos associados a seu trabalho. Até porque, para continuar revertendo-se em algo bom e produtivo, a atuação voluntária deve ser acompanhada e avaliada pelas organizações beneficiadas e pelas entidades associativas.
Dessa forma deveria ser oferecido apoio e valorização, com condições adequadas para realização de sua função, maior integração com a equipe multidisciplinar, ampliação dos serviços para outros setores do hospital, aumento da competência nas esferas psicológica, jurídica e de assistência social. Bem como prezar pela qualificação dos seus serviços com cursos, treinamentos e profissionalização da função.
O voluntariado vem ganhando importância e destaque dentro das instituições de saúde devido à diferença que promove na evolução dos casos dos pacientes. É necessária maior atenção dos administradores para esse cliente e parceiro da organização, distribuição e valorização dos voluntários, para que todos possam ser beneficiados desta enriquecedora e abnegada função.
Alguns problemas acontecem dentro do processo de humanização nas instituições de saúde. Percebe-se que voluntários,no impeto de ajudar seu semelhante, extrapolam atividades que deveriam ser feitas por profissionais especializados. Desta forma ,algumas organizações privilegiam-se da boa vontade destes humanos, deixando realmente de contratar profissionais para alguns fins oferecendo para os pacientes um risco real.Por outro lado seu trabalho é visto como muito útil . Portanto, é fundamental a existência de regras, normatização e limites para as atividades do voluntariado através de cursos de gestão do voluntário promovido pela própria instituição afim de atenderem seus anseios e expectativas.
Tudo o que se puder falar de positivo sobre os voluntários é pouco. Contudo as instituições não podem simplesmente passar a contar com eles como se fossem parte da mão-de-obra, que é o que acontece em muitas ocasiões, e deixar de ter nos seus quadros os profissionais em número e com formação adequada. Nem mesmo em hospitais particulares isso se cumpre adequadamente. Existe p. ex. a lei que determina a presença de psicólogos no mínimo em UTI e unidades de Nefro, e isso não acontece. É um erro querer que o apoio seja feito por voluntários e equipes de recreação e não colocar pessoas com formação para este fim. Hoje misturam-se as coisas por critérios financeiros. Uma pena, mas parabéns aos voluntários!