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O Profissional de Propaganda e Marketing no mercado Hospitalar.

Se perguntarmos para uma turma de formandos ou recém-formados em Propaganda e Marketing, quantos gostariam de iniciar suas carreiras em um hospital ou centro de medicina diagnóstica, quantos diriam, sim? Creio que pouquíssimos.

Alguns até diriam, mas hospitais são lugares os médicos e enfermeiros atenderem os pacientes, não para profissionais de marketing e publicidade.

Aqui lhes digo que, hospitais, centros de medicina diagnóstica e demais instituições de saúde são empresas e o marketing deve fazer parte da sua estrutura organizacional, por isso, há lugar sim para profissionais dessa área.

De uns anos para cá, os grandes hospitais trouxeram importantes executivos de outros setores para sua administração e com eles veio a cultura do marketing hospitalar. Aos poucos os profissionais da saúde estão tomando consciência da grande importância do marketing e como ele pode adaptar-se ao seu mercado.

Por exemplo, a pesar de que alguns executivos discordem, as organizações de saúde estão destacando-se em termos de marketing, com certificações que atestam sua excelência e qualidade no atendimento como a ONA e a Joint Commission International (JCI).  Já que é sabido que os clientes-pacientes escolhem um hospital ou centro de medicina diagnóstica com base em sua infraestrutura, aparelhagem, atendimento, localização e é claro também usam como critério a indicação de um amigo ou parente que usufruiu do serviço de uma determinada instituição.

Se definirmos o Marketing em Saúde como “o conjunto de estratégias que permite identificar as necessidades de saúde, conforto, bem-estar e qualidade de vida do cliente-paciente, satisfazendo-as através de um atendimento humanizado, com segurança e qualidade, criando dessa forma, valor para a organização e novas oportunidades” (LUNA, 2012); podemos dizer firmemente que o marketing nessa área deve ser ante tudo, ético, estratégico e humano.

Tendo em consideração esse conceito, o objetivo do departamento de marketing em um hospital, por exemplo, é identificar as necessidades dos clientes da instituição, dando ênfase à excelência de seu corpo clínico e multiprofissional, sua aparelhagem, seu atendimento junto aos clientes-pacientes e a classe médica, buscar sobretudo a humanização no cuidado, e a medicina preventiva, realizar também o endomarketing com seus clientes internos, enfim executar as ações que permitam posicioná-lo no mercado como um grande centro de referência em uma ou mais especialidades, dependendo dos objetivos corporativos.

Ainda para aqueles que têm uma certa sensibilidade e acham que vão se cruzar com pacientes pelos corredores ou presenciar cenas fortes, fiquem tranquilos, os departamentos de marketing nas organizações de saúde são afastados das unidades de internação ou salas de procedimentos, além do mais, esses grandes centros hospitalários dispõem de uma infraestrutura tão boa, como qualquer outra indústria ou outra empresa de serviços.

O mercado da saúde aos poucos vem se livrando do preconceito do marketing, está na hora que os profissionais de marketing também se livrem do velho estigma que hospital é um lugar apenas de angústias e sofrimento. Não, um hospital é um lugar que tem como missão preservar e salvar vidas, e você que optar por trabalhar nesta área, terá o desafio e a honra de servir a ciência humana mais complexa e fascinante que existe, a medicina. Se eu fosse criar um slogan para o marketing em saúde seria: “A Nobre Missão De Cuidar Merece Destaque”.

Profissional de Comunicação e Marketing pela Universidade São Judas Tadeu, atuando na área da saúde desde 1999. Atualmente trabalha no HCOR - Hospital do Coração - SP, tendo passado por renomadas entidades como: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Hospital Israelita Albert Einstein e Fleury Medicina Diagnóstica. Colunista na Revista Visão Hospitalar e palestrante. Dedica-se ao estudo do marketing e comunicação em instituições de Saúde.

9 comentários em: “O Profissional de Propaganda e Marketing no mercado Hospitalar.

  1. Olá, assim como você, também estudo na São Judas na área de Comunicação Social. Gostaria de saber quais os hospitais que contratam e como eu poderia estar me candidatando a possíveis vagas? Obrigada, Amanda Souza.

  2. Olá!, gostaria de saber qual seriam os cargos para esse profissional de marketing para procurar vagas, alguém indica? São “analistas de marketing” ou existe algum outro nome?

    1. Olá Aline, os dois cargos “assistentes e analistas” são válidos para quem quer buscar oportunidade nos departamentos de marketing de hospitais, centros de medicina diagnóstica e clínicas, assim como existem também os cargos de coordenadores e gerentes de marketing.

  3. Entrei para a área da saúde para trabalhar num Laboratório há 3 anos e me apaixonei. É verdade que o budget é curto, as dificuldades de aprovar projetos existem, mas mesmo assim é bom. É muito bom! Ainda não possuo experiência em hospital, mas tenho muita vontade de entrar nessa área.

  4. O assunto me fez lembrar de uma pesquisa feita em alguns hospitais, não me recordo se no Brasil ou em outro país, onde perguntaram aos pacientes o que eles mais gostavam no hospital. Para surpresa dos pesquisadores, muitos responderam “a janela”.
    No ambiente frio, corredores amarelados, piso cinza, a visão externa das janelas era como um bálsamo para aqueles pacientes. Dizem que a ideia de hotelaria hospitalar surgiu após a divulgação dessa pesquisa. Acredito que seja verdade, pois hoje temos hospitais que mais se parecem com um hotel cinco estrelas, inclusive com vista das janelas para o jardim.

    1. Realmente Renato, está comprovado que um ambiente físico mais humanizado em um hospital pode contribuir para a aceleração no processo de recuperação de um paciente.

  5. Nós profissionais da área da saúde somos vistos que o nosso ambiente de trabalho é triste , ou talvez angustiante, esse quebra de paradigma é necessário no ambiente hospitalar, parabéns a toda equipe do site.

  6. O que muita gente ainda não percebeu é que os hospitais e clínicas, a área da saúde em geral, está mudando, muito por parte dos clientes/pacientes que estão cada vez mais exigentes e por toda a mudança comportamental e tecnológica atual. Infelizmente a classe médica é a menos propensa a mudança, hoje não se oferece apenas cuidados médicos, mas conforto, boas instalações, ouvidorias e etc., e pra isso precisamos diversificar as funções e setores. Não sou da área de marketing mas acredito que, como em toda empresa, precisamos de bons profissionais nesta área, para alavancar e muitas vezes fazer a interface entre a empresa-hospital x clientes-pacientes.

  7. Não sei se concordo que há um preconceito por parte do profissional de marketing ou comunicação.
    Desde que me formei sempre olhei para este mercado com naturalidade e como no tempo da faculdade eu já trabalhava neste setor, as conversas e exemplos em classe sempre incluíam clínicas e hospitais. Nunca percebi nenhum porém por parte destes profissionais.
    Por outro lado, ao longo da minha carreira já sofri bastante preconceito por parte de médicos e enfermeiros. Muitos acreditam que por não sermos formados nestas áreas, não estamos capacitados a trabalhar o assunto com a mesma “humanidade”.
    Já cheguei a escutar de enfermeiros que todos os setores de um hospital deveriam ser ocupados por profissionais da saúde que se especializaram, pois “eles sim” conhecem a realidade.
    A minha pergunta sempre foi: Por que não podemos ter profissionais de marketing especializados em saúde? Ou…por que não podemos ter médicos e enfermeiros especializados em marketing? Indiferente da formação o importante é ter domínio daquilo que se está fazendo. Estou sendo pragmática demais?
    PS: Não estou querendo fazer aqui um cavalo de batalha e muito menos levantar bandeira sobre quem é mais preconceituoso…só compartilhei minha experiência. Preconceito existe de todos os lados e acredito que não tem coisa mais démodé do que isso.

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