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Como é a Gestão de OPME dentro do Hospital.

Ao gerenciarmos uma unidade de serviço temos o objetivo de obter produtividade e harmonia no ambiente de trabalho, garantindo a todos os envolvidos no processo a segurança de que, o direcionamento do serviço está trilhando caminhos exatos.

Dentro de uma instituição hospitalar os materiais consignados, em especial os que são chamados de OPME (órtese, prótese e materiais especiais) representam um alto custo dos gastos hospitalares. A grande diversidade e o elevado custo requer uma gestão segura e racional.

Por isso, os objetivos de uma instituição hospitalar na gestão de OPME devem ser: Segurança do paciente, Eficiência operacional, Redução de desperdício e variabilidade, Relações comerciais e técnicas harmoniosas, Oferecer uma boa relação custo benefício para os materiais, Eliminação do risco de glosas/atrasos no faturamento, Inspirar confiança e resolubilidade, e com certeza Ser uma instituição economicamente viável.

Os dispositivos médicos hospitalários (OPME) representam uma das áreas mais complexas e incompreendidas no mundo da saúde, onde cada grupo possui determinadas características, como preço, giro, data de validade, prazos de entrega, dentre outras. Tornando estes um desempenho preponderante na balança das contas hospitalares, levando o serviço de suprimentos a manter todos os itens de OPME em uma proporção adequada de utilização.

Um dos interesses da Gerência de Suprimentos é evitar a falta de materiais quando solicitados, bem como manter um estoque mínimo dentro da organização, uma vez que os materiais especiais demandam um alto fluxo de caixa.

Outra grande preocupação da Gerencia de Suprimentos é com a logística praticada pelos distribuidores desses materiais, que por vezes compromete todo o plano de abastecimento, gerando insatisfação dos clientes internos: médicos, gerentes de unidades, coordenadores e a alta direção, bem como dos clientes externos: pacientes e as operadoras de saúde.

O Serviço de Suprimento Hospitalar deve ter uma variedade de fornecedores cadastrados em seu sistema, aqueles que atendam de maneira rápida a solicitação do OPME e que dê prazos para pagamento, visto que a conta hospitalar em que aquele material está incluso será somente pago pela operadora de saúde possivelmente no mês seguinte, quando fechar a competência do faturamento.

Há também a necessidade da implantação de rígidos controles no uso, porque pode haver uma tendência a consumir mais, determinado item, somente porque o mesmo está disponível ao uso. Entretanto há necessidade de várias marcas com disponibilidade de consignação de materiais especiais.

O gestor do Serviço de Suprimento necessita ter certo conhecimento de mercado, por maior que seja o seu grau de formação acadêmica, pois negociar é trabalhar com expectativas, preços praticados pelo mercado, qualidade e prazos de entrega.

Diversos recursos proporcionam a otimização dos resultados ao Serviço de Suprimento, tais como o cadastro de requisições praticadas pelas unidades de serviços, a organização dessas requisições para uma melhor compra, a confecção de planilhas comparativas de preços, realização e envio de cotações para os fornecedores, análise da melhor cotação por produto ou por fornecedor, avaliando neste item o preço e qualidade.

Portanto, é também importe trabalhar com um sistema de informação adequado e de confiança, permitindo a monitoração e integração de todo o fluxo, inclusive dispondo de instrumentos de apoio aos gestores, como os relatórios gerenciais. Uma vez que a eficiência no gerenciamento de todos os materiais especiais é indispensável para manter um estoque em níveis adequados, além de melhorar o planejamento de compras e solicitações de consignação.

Conclui-se que, para obter resultados efetivos na gestão de OPME dentro de uma organização hospitalar é necessário que haja uma equipe especializada, multidisciplinar, com conhecimento administrativo e técnico sobre os produtos a serem utilizados. Assim, o processo terá abrangência necessária: compatibilidade dos produtos com os procedimentos, escolhas de produtos similares nos quesitos de qualidade e funcionalidade; informações estas que darão maior coerência técnica nas negociações, procedendo em diminuição dos custos, maior transparência e otimização do processo.

Enfermeiro. Especialista em Gestão da Saúde e Administração Hospitalar. Experiência como Enfermeiro Assistencial e Supervisor de Serviço de Atenção Domiciliar, como Professor de Curso Técnico em Enfermagem, como Assessor e Representante Técnico Comercial de Produtos Médicos Hospitalares. Palestrante e Facilitador de Workshop de Feridas e Primeiros Socorros.

30 comentários em: “Como é a Gestão de OPME dentro do Hospital.

  1. Sou técnica de enfermagem e trabalho no setor de opme há dois anos e cuido sozinha de todos os trâmites,desde de solicitação,recebimento e devolução dos mesmos. Ainda tenho que cobrar o setor de faturamento devido a demora do setor de faturar. Estou respondendo praticamente tudo sozinha. Mudaram meu horário de trabalho,tenho mtos bancos de horas e os meus superiores não me libera pra ficar um só dia em casa. Não sei o que fazer e que atitude tomar uma vez que venho me sentindo cansada e sobrecarregada. Obrigada

  2. Boa tarde. Sou técnica de enfermagem em hospital privado e sou do CME. Minha dúvida e dos colegas é no caso, quando as caixas de consignados chegam para serem lavadas, preparadas e esterilizadas por nós do CME, ao recebermos, é o técnico que tem que contar as peças e os parafusos? Cabe ao técnico de enfermagem isso?

  3. Boa tarde.
    Gostaria de saber de quem é a responsabilidade de lavar, secar, conferir ,repor e embalar para esterilizar o material de órtese e prótese consignado aos hospitais públicos, advindos de empresas privadas.

    1. Perfeitamente, desde que o profissional estude, faça uma especialização ou tenha pratica ao longo da carreira profissional com suprimentos hospitalar.

  4. Prezado Amarildo,
    Trabalho num hospital público e estou com dúvida dessa nova exigência da anvisa quanto ao monitoramento dos materiais de implante, como devemos proceder?
    Obrigada

    1. Clarice boa tarde.

      O ideal é você reunir com o seu setor de qualidade, a acertar uma forma de rastrear todos os materiais de OPME e caixas cirúrgicas do Hospital onde trabalha. Criar um controle/protocolo de rastreabilidade de instrumentais, caixas cirúrgicas e equipamentos com vida útil de esterilização e uso. Uma boa forma é seguir a RDC 15 que Dispõe sobre requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde e dá outras providências.

    2. Bom dia !!
      Sou profissional da área comercial, trabalho em uma empresa de OPME, que distribui todo tipo de material OPME para os hospitais que são nossos clientes.
      Quanto a rastreabilidade de implantes.
      Segue a dica que fazemos aqui, e tem dado muito certo.
      Todos os Implantes ortopédicos, sejam placas, hastes, parafusos ou Fixadores Externos, eles têm um número de referência – código do produto e logotipo da empresa, marcado a laser. Inclusive as próteses.
      Esse código, fica no implante e fica na ficha de controle de material, que acompanha os materiais. Essa ficha é entregue pela empresa que forneceu o material, juntamente com notas de serviço e Nota Fiscal.
      Essa ficha deve ser encaminhada junto com os Implantes, ao Centro Cirúrgico. E o enfermeiro, ou técnico, ou instrumentador da empresa, deve anotar esse código referente ao implante que foi colocado no paciente, em uma outra ficha em três vias.
      Uma via, retorna para a empresa, para controle logístico e financeiro, outra via fica no Hospital para faturamento e a outra via deve ficar no prontuário do paciente.
      Essa via do prontuário, será a via para controle de rastreabilidade.
      Nela deve constar o código, referência do implante e numero de lote.
      Se houver qualquer problema com o implante, tais como: QUEBRA Antes do tempo de consolidação primária, Matalose, Osteomielite, exposição ou outros.
      Esse implante e todo o lote, deve ser rastreado e monitorado.

      Espero ter ajudado de alguma forma.

      Ronaldo Silva
      Representante Comercial OPME

  5. Quem é o profissional responsável pela OPME? Pois, eu trabalho no hospital público municipal e estamos com grandes problemas por esse assunto, entre instrumentador e enfermeiros. A coordenação quer jogar a responsabilidade nos instrumentadores, na minha opinião o profissional mais qualificado a se responsabilizar pela OPME é o enfermeiro.

  6. Tenho uma dúvida referente a OPME em hospitais públicos. Mesmo os matérias tabela SUS deve ser feito a cotação com 3 empresas?

    1. Prezada Dayla,
      Sim. E necessário 3 cotações para cada procedimento a ser realizado. Ou então licitação publica com prazo de inicio e termino, onde o fornecedor sera o que tiver melhor preço e atenda as necessidades do hospital.

  7. Sou técnico em enfermagem e tenho dúvidas.
    Gostaria de saber de quem é a obrigação de fazer a conferência e manipulação desses materiais de OPME, uma vez que, a empresa é privada e tem contrato com a prefeitura?
    Acredito que, a mesma deve ter seus funcionários próprios.

    1. Neuron boa tarde.

      A conferência destes materiais geralmente é realizado por um Especialista de Produtos ou Consultor Técnico da empresa, juntamente com algum funcionário do setor de compras (OPME) da instituição. Esta conferência é realizada antes do paciente entrar em sala cirúrgica, e de acordo com o pedido médico. Em alguns hospitais o Técnico de Enfermagem pergunta e faz o check list de materiais ao colocar o paciente na mesa cirúrgica, para ter a certeza de que o procedimento já pode ser iniciado.

  8. Boa Tarde Amarildo,
    Você tem alguma referência de como funciona esta questão de OPMEs em hospitais da rede pública federal?
    Agradeço desde já a atenção.

    1. Eliane boa tarde.

      Atendo um hospital federal, e nesta instituição os materiais ficam consignados no hospital, de acordo com o que foi pedido e ganho do pregão eletrônico. Quando não ficam consignados, antes do procedimento o hospital envia um e-mail ao fornecedor solicitando os materiais para determinada cirurgia.

  9. Boa tarde! Sou enfermeira intensivista, mas Tb gosto da parte de materiais consignados destinados a cirurgias, como cirurgia de coluna, próteses etc. Trabalhei em um hospital que eu era responsável pelo recebimento e destino final do material. Eu sei que existem enfermeiras especialistas pra cuidar do material. Vc sabe me informar onde posso encontrar um curso nesta área e como funciona a admissão de enfermeiras especialistas nas empresas desse tipo de material? Aguardo resposta. Grata.

    1. Oi Ana, bom dia. Não existe um curso específico, o que acontece é: Cada empresa, ao contratar um especialista de produtos ou consultor técnico, ela mesma treina este novo colaborador, para a linha de produtos que este irá trabalhar, Como você ja tem experiência como Enfermeira e com gestão de materiais em hospitais, seu currículo já é bem interessantes para estas empresas, cadastre seu currículo em empresas como Medtronic, Johnson, Sant Jude Medical, Cremer, entre tantas outras. Um Abraço e boa sorte.

  10. Bom dia Amarildo Cunha! Tenho uma dúvida com um trabalho da faculdade pra realizar e gostaria muito da sua ajuda… como eu deveria identificar hipóteses de solução para resolver problemas com faltas de materiais na atenção básica? Desde já agradeço

  11. Bom dia Amarildo,
    Trabalho na Irmandade da Santa Casa Coração de Jesus, no Litoral Norte de São Paulo. Trabalho em um hospital de média complexidade. Cuido da OPME sem problemas. Mas agora o Faturamento do Hospital, me deu mais uma atribuição. Dizem que preciso consultar a Sigtap para autorizar o faturamento para os fornecedores. Segundo alguns hospitais que entrei em contato esse serviço é do faturamento. Você pode me responder essa questão. Estou preocupada, pois não tenho nenhum conhecimento técnico.
    Será que você pode me ajudar nesse assunto?
    Desde já meu muito obrigada.

  12. Trabalho em um hospital cuja empresa de OPME é única e as caixas usadas pelos cirurgiões ficam consignadas no hospital, minha dúvida é: Quem tem que repor essas caixas é a equipe da CME ou o representante da empresa que atende o hospital? A empresa tem obrigação de fornecer o motor para o hospital, visto que ela é exclusiva do hospital?
    Preciso de ajuda nesses assuntos, como faço?
    Att,
    Luzivania

    1. Esse acordo de quem tem que repor as caixas cirúrgicas fica a critério do hospital.
      O ideal é que estas caixas sejam repostas pelo representante/fornecedor e conferida pelo Enfermeiro da CME, para que não ocorra erro durante a cirurgia. Importante seria criar um protocolo de conferência das caixas cirúrgicas, uma vez que ambos (hospital/fornecedor) são responsáveis pelo sucesso da cirurgia, e estes devem e precisam manter a qualidade do serviço prestado.

    2. Quem tem que repor e conferir as caixas deve ser o representante da empresa, apos a realização de cada cirurgia. Referente ao motor, não sei te responder. Isto deve ser acordado via o setor comercial de ambas as partes.

  13. Trabalho com gestão de opme dentro de um hospital e aqui, além da falta de um sistema de gestão do estoque e fluxo do consignado, como chamamos, existe a dificuldade que ocorre devido aos contatos diretos entre médicos, instrumentadores e os fornecedores, pois eles não seguem o fluxo correto de solicitação de materiais especiais e quando os mesmos chegam na instituição, muitas vezes para procedimentos que já estão agendados, o setor de gestão de suprimentos, onde trabalho, não tem conhecimento quanto ao destino de tais materiais.
    A impressão que dá, é que alguns profissionais fazem desta forma para dar errado mesmo e ocasionar prejuizos e diversos outros complicadores dentro do hospital.

  14. Excelente matéria! Tenho um trabalho da minha pós em gerenciamento no qual eu questiono algumas situações, citadas acima. Infelizmente nosso mercado de OPME e movido por alguns profissionais sem a mínima responsabilidade, sem o menor senso de respeito com o paciente, pensando apenas no seu bolso. Os profissionais de centro cirúrgico, devem estar sempre atentos e exigir um pouco mais desses profissionais que entram em campo para auxiliar alguns médicos, muitos não são nem instrumentadores, isso e só a base do negativo, porque tem muita sujeira escondida embaixo do tapete…

    1. Boa tarde Silvana, sou técnica de enfermagem e trabalho com materiais consignados na cidade de Ribeirão Preto, em um hospital de grande porte. Estou fazendo o curso de Logística no Senac e gostaria de montar um serviço de materiais consignados, até por conta do meu TCC, você poderia me orientar em minhas muitas dúvidas? Obrigada!

    2. Olá Silvana, tenho muitas dúvidas relacionadas ao atendimento de opme e entidade de grande porte. Poderia me contactar para trocarmos informações. São dúvidas exclusivas sobre a cobertura pelo SUS de alguns implantes relacionados à cirurgias de neuro/coluna.
      Obrigado.

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