Após muitos anos trabalhando com Recrutamento e Seleção, percebo que no momento da entrevista a grande dificuldade de alguns candidatos é em responder as perguntas do entrevistador.
Como responder corretamente?… Isso é realmente um desafio para o candidato.
Como sabemos, a grande maioria dos entrevistadores são psicólogos, e nesse momento de interação com o possível funcionário estão para analisar o comportamento, apresentação, palavras, postura, competência, e todo o pacote perceptível e objetivo do indivíduo.
Já que, existe a questão de que cada vaga exige uma postura ideal, assim como cada entrevistador espera algo diferente de cada candidato.
Mas afinal, qual posicionamento devemos ter durante a entrevista?… Não existe um posicionamento perfeito para se encaixar no perfil que o entrevistador está buscando. A melhor postura é, seja você mesmo.
Engana-se o candidato que pensa que deve interpretar um papel na entrevista, com o objetivo de impressionar o entrevistador. Lembre-se que a função enquanto psicólogo e recrutador é observar se o perfil comportamental e as expectativas do candidato se adaptarão ao perfil, cultura e regras da organização.
Em minha experiência, já reprovei candidatos que demonstraram curta tolerância com cobrança, pois sabia que aquele que seria seu superior direto adorava pressionar seus subordinados. Também já reprovei candidatos por esperarem algo da empresa que eu sabia não haveria possibilidade de acontecer. Da mesma forma já fiz todo o processo de recrutamento e seleção, porém não contratei ninguém, por não achar o candidato ideal.
Ou seja, não foram as competências profissionais em si que fizeram os candidatos serem reprovados, e sim, questões comportamentais ou de expectativas que não combinavam com o estilo da empresa.
Você estará se perguntando, mas por que não dar uma oportunidade?
A missão do recrutador é achar o candidato ideal, aquele que melhor irá se adaptar às políticas da instituição, que conviverá bem e motivado com sua função durante um bom tempo. Nos casos mencionados, dar uma oportunidade significaria que num futuro próximo, perderia esses funcionários.
Um deles após 4 ou 5 meses trabalhando sobre intensa pressão, muito provavelmente se sentiria desmotivado e procuraria um novo emprego. O segundo candidato, provavelmente assim que soubesse que a empresa não condizia com seus objetivos futuros, certamente buscaria uma nova oportunidade de crescimento em outro lugar.
Saiba que o momento de reprovar um candidato pelas competências técnicas acontece com a leitura do currículo. No momento da entrevista, o psicólogo ou profissional de RH, observará se aquele candidato é ou não compatível com a função e confirmará a veracidade dos seus conhecimentos, assim como fora apresentado no CV.
Outra dica importante durante a entrevista é para o candidato tirar também todas as suas dúvidas: perguntar sobre a empresa, sobre plano de carreira, sobre a estrutura, benefícios, função. Faça o máximo de perguntas que puder, para ter a segurança de que está entrando em uma empresa para trabalhar e que condiz com seu perfil e pretensões futuras.
Lembre-se sempre, no momento da busca de emprego, a escolha para um trabalho não é só por parte da empresa, e sim, de ambos os lados.
Veja sempre o trabalho como um casamento, não podemos casar com a primeira pessoa que aparece, nós precisamos conhecer, precisamos saber se combinamos, se temos objetivos em comum, se iremos nos adaptar aos defeitos daquela pessoa, e mesmo assim, as vezes não da certo. Ser você mesmo é o melhor conselho e a forma mais fácil de ter um casamento corporativo de sucesso.
Deborah Diniz
Psicóloga pelo Cento Universitário São Camilo. Especialista em Psicologia do Comportamento pela PUC-SP. Mais de 8 anos de experiência em RH na área da saúde, tecnologia e industrial. Experiência em Recrutamento & Seleção a nível Brasil; Pesquisa de clima e Diagnóstico Organizacional; Coaching; Cargos & Salários. Experiência em entrevistas individuais, dinâmicas de grupo, aplicação e correção de testes psicológicos.
Cara Deborah,
O momento da entrevista é importante para quem busca uma oportunidade de trabalho e para quem tem a obrigação de selecionar o melhor candidato para vaga. O candidato leva consigo uma dose de expectativa, ansiedade, medo e preocupação. E sobretudo, a necessidade financeira, contas vencidas, necessidades básicas, como alimentação, vencimentos de escola dos filhos, etc. O selecionador leva consigo a obrigação de encontrar o funcionário adequado para a vaga. O momento é muito delicado para ambos. Acredito que não existe uma receita a ser seguida. Assim, o candidato deve ser ele mesmo e o selecionador deve fazer uma análise sem julgamento do candidato. Em caso de dúvida faça perguntas. O julgamento pode impedir uma excelente contratação e uma mentira bem realizada pelo candidato pode resultar em uma contratação desastrosa. Enfim, não resta dúvida que é uma fase da nossa vida que exige paciência e persistência e de nada adianta um modelo a ser seguido o melhor mesmo é seguir nossos princípios e jamais romper com os nossos valores. Tenha uma excelente semana! Abraços.
Prezada Nilza, é verdade, o momento é realmente muito delicado para ambas as partes. Por isso é tão importante observar e responder com sinceridade às perguntas dos entrevistadores. Ao mesmo tempo, é muito importante por parte dos Selecionadores respeitar o momento frágil dos candidatos, não deixar de observar, e garantir que estes se sintam o mais a vontade possível durante a entrevista. Pressionar os candidatos em nada ajuda na análise. Obrigada por comentar e contribuir com o post!
Sucesso e tudo de bom!!
Abraço