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Barreiras da Implantação de um Sistema de Informação na Saúde.

Nas últimas décadas, a humanidade tem vivenciado uma mudança radical na sociedade e nos meios de produção.

Passamos por uma transformação na forma de fazer negócios, que antes eram focados no produto material, são hoje produzidos na informação e conhecimento do cliente, precisando assim cada vez mais da tecnologia da informação.

A tecnologia tomou conta do nosso dia a dia, sendo através de coisas simples, como o uso do celular, um computador pessoal, ou por meio de contatos que fazemos nas redes sociais e os aplicativos que usamos.

Ou em softwares complexos, aplicados na nossa rotina de trabalho, para melhorar e aperfeiçoar a “linha de produção”, tendo assim um melhor desempenho no mercado, reduzir custos e atender melhor nossos clientes.

Nos últimos anos também houve um crescimento do uso da informatização nas grandes corporações de saúde e em alguns pequenos hospitais, devido à introdução de novos administradores que enxergaram na TI uma oportunidade para melhor gerenciar seus processos, melhor tomar suas decisões, e por que não, criar vantagens competitivas.

Infelizmente, a informatização da área de saúde ainda tem um progresso lento, quando comparado com outros setores empresariais. A falta de disponibilidade de recursos financeiros, processos inadequados, leis rígidas e a falta de visão em relação ao retorno dos investimentos nessa tecnologia, são os principais contribuintes para essa lentidão.

Para termos uma ideia, os investimentos em TI pelos hospitais representam menos da metade do que é investido por outros serviços como o sistema bancário, companhias aéreas, seguradoras e outras.

Somado a isso, existem fatores, que especificamente na área da saúde, dificultam e criam barreiras, quando um sistema de informação (SI) está sendo implantado em uma instituição, estes são:

Humanos. – Esse fator refere-se à comunicação entre os envolvidos no projeto e seu relacionamento: parte administrativa, assistencial, terceiros e demais. É influenciado pelos interesses pessoais, que podem provocar resistência à implantação do SI e prejudicar o trabalho em equipe.

Técnicos. – Esse fator constitui todas as características e recursos técnicos disponíveis no projeto. É representado pelas habilidades e capacidades dos colaboradores, bem como pelos métodos utilizados.

Recursos. – Representa todos os recursos materiais utilizados no projeto. Trata dos investimentos e recursos financeiros, bem como o software, o hardware, a infraestrutura de TI e o treinamento.

Gerenciamento. – Ele representa as atividades de gerenciamento como o planejamento, o monitoramento e a motivação da equipe, o processo de avaliação dos colaboradores e o uso de metodologias próprias para gerenciamento de projetos de TI.

Culturais. – Ele trata de diferenças culturais que surgem pelo convívio de equipes multidisciplinares e pela participação de colaboradores terceirizados, que trazem consigo outra cultura organizacional de fora.

Políticos. – Ele representa o apoio da alta administração ao projeto. Pode ser influenciado pelas mudanças no quadro da alta administração, bem como pelas mudanças nos objetivos e estratégias organizacionais e interesses partidários.

Não se tem dados estatísticos precisos que nos permitam mensurar significativamente o grau de dificuldade que causa cada fator dentro da instituição de saúde na hora de implantar um sistema de informação.

Porém, sabemos que a comunicação, dentro dos fatores humanos, tem importância vital e, portanto, sua condução durante o projeto deve ser planejada cuidadosamente levando em consideração as diferentes visões dos grupos envolvidos. O comprometimento dos recursos também é um fator crucial para se atingir os objetivos do projeto.

Por termos várias subculturas dentro do ambiente hospitalar, o uso só de uma determinada metodologia de gerenciamento de projetos, na grande maioria de vezes, não é suficiente. Os treinamentos e avaliações devem ser feitos por profissionais que falem a mesma linguagem que os interessados. Por isso, as particularidades do cliente, como a natureza de seus serviços, a quantidade de recursos, entre outros, devem ser consideradas.

Claro que cada hospital é um caso e cada um está em um momento distinto de sua informatização. Por isso, é importante saber mostrar aos nossos colaboradores, como esse SI vai beneficiar a cada um e também a todos em conjunto, adaptando-se às mudanças, para sermos competitivos e sobrevivermos no mercado em que atuamos.

Administrador Hospitalar pelo Centro Universitário São Camilo. Ampla experiência em rotina administrativa hospitalar, negociação de valores de materiais de alto custo e atendimento ao cliente. Busca se aprimorar com conhecimentos para a gestão e motivação de pessoas no ambiente hospitalar. Experiência em relacionamento com clientes, busca de novas parcerias e negócios.

Um comentário em: “Barreiras da Implantação de um Sistema de Informação na Saúde.

  1. Edson, concordo com sua leitura…
    Toda instituição, na pessoa do seu patrocinador e gestores diretos, deve ter esta conscientização e tratar de transmitir à todos os níveis operacionais o que se busca com a implantação de um SI, quais seus benefícios e as consequências de uma malfadada implementação.
    Considero ainda que um outro elemento fundamental é o terceiro, que no papel de agente multiplicador de novos conhecimentos, deve incorporar os anseios da instituição, focar nos mesmos objetivos e entregar por completo o trabalho proposto.

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