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Integração de dados é a Chave para o renascimento Tecnológico.

É fácil ficar animado sobre o futuro da saúde, não acha? Graças aos avanços em tecnologias web e móvel, há um enorme potencial, neste momento, para criar emocionantes e novos serviços de saúde. Um simples olhar pelas empresas web que aparecem por ai, sugere que isso é possível.

Também, centenas se não milhares de aplicativos estão sendo desenvolvidos no mundo e abrangem praticamente todos os aspectos da saúde, visando como público, principalmente médicos, administradores, planos de saúde, pesquisadores, pacientes e demais profissionais da área.

Claramente está acontecendo uma revolução tecnológica na área da saúde, mas, será que essa tecnologia vai permitir uma melhoria radical da qualidade, produtividade e acessibilidade dos cuidados de saúde? O futuro dos cuidados de saúde pode parecer interessante do ponto de vista dos dispositivos disponíveis em tecnologia, mas, sem uma integração real dos dados de saúde, essa situação pode piorar no lugar de melhorar. E infelizmente, a resposta a essa pergunta não é simples, há questões técnicas, jurídicas, políticas, éticas e questões de modelo de negócios para resolver.

A realidade é que os dados estão lá fora, navegando pela internet e locados em múltiplos servidores, em distintas linguagens de programação e em diferentes empresas, muitas delas nascentes, ou seja, com um alto risco de perdermos todas as informações.

O problema é que todo esse monte de dados, que está disponível na web, ainda não está acessível ou sendo utilizado de forma otimizada e significativa. Os prontuários eletrônicos, por exemplo, são presos a um sistema específico de TI. Médicos e hospitais têm poucos incentivos para compartilhar dados e investir em tecnologias abertas. A falta de uma legislação rigorosa sobre a privacidade de dados e preocupações com segurança, detêm os investimentos em novas tecnologias e novas formas de trabalhar.

Olhando para a história do progresso tecnológico recente é claro que os códigos abertos e APIs (por exemplo, o iOS da Apple para aplicativos móveis, API do Facebook para jogos sociais, etc.) têm sido fundamentais para desencadear ondas de inovação e crescimento exponencial.

Algo similar é necessário na área da saúde. Imagine que os desenvolvedores tenham acesso para criar aplicativos em plataformas abertas de gerenciamento de doenças, prontuários médicos, dados de pesquisa clínica, diretrizes de tratamentos, relatórios de enfermagem, etc. Desenvolvimento de ferramentas de tomada de decisão clínica, prontuário eletrônico colaborativo e outras, que provavelmente nos daria grandes ganhos de saúde, prevenção, qualidade e produtividade.

Muitas coisas em torno da tecnologia, modelos de negócios, estratégia, legislação e gestão ainda precisam ser feitas ou mudadas, para que este manifesto sobre a saúde digital seja uma realidade ao contrário de um sonho.

Médico especialista em Administração Hospitalar e Marketing em Saúde. Autor do composto "10 P's do Marketing em Saúde". Professor do curso online Marketing Estratégico para Clínicas e Empresas de Saúde. CEO da HMDoctors, Assessor da Stratas Partners (Suíça) para o acesso ao mercado hospitalar brasileiro, Consultor de Gestão de Carreira e Marketing Médico, e Revisor de artigos e publicações sobre Gestão, Empreendedorismo e Marketing em Saúde para a revista eletrônica Gestão e Saúde da Universidade de Brasília - UNB. Formado em medicina com pós graduação em epidemiologia, formado em administração hospitalar e MBA em organizações hospitalares e sistemas de saúde pela FGV. 16 anos de experiência em hospitais públicos, privados, institutos de pesquisa clínica e consultor para empresas nacionais e multinacionais.

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