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Treinar Líderes Para Serem Líderes.

As organizações, de uma maneira geral, acreditam que os treinamentos de motivação, humanização, trabalhos em equipe, comunicação, etc, trazem benefícios a curto prazo. Não se tem estatísticas exatas a respeito dos efeitos que estes treinamentos produzem no resultado das empresas, mas podemos perceber que tais efeitos não são necessariamente os esperados.

O que vemos é que muitos desses treinamentos, palestras, seminários, etc, são muito bonitos, agradáveis, cativantes, até inspiradores, mas uma tarde a volta de um palestrante, não produz o resultado esperado. No dia seguinte, os participantes tentam aplicar o aprendido, mas nem sempre se lembram dos conceitos básicos explanados e depois de uma semana esse pico de motivação e entusiasmo praticamente desaparece.

Ao invés de desperdiçar esforços nestes treinamentos genéricos, o que as organizações precisam fazer é que seus líderes sejam transformados em agentes de motivação, de humanização, de congregar equipes, de fazer a comunicação fluir. Tem que fazer com seus líderes sejam os facilitadores da inovação e da criatividade. Tem que fazer com que seus líderes realmente passem a liderar e não apenas sejam apagadores de incêndios. Tem que fazer com que seus líderes sejam pessoas que previnam e acabam com os incêndios antes deles acontecerem.

Nos dias de hoje, há uma crise de liderança nas organizações, onde o dia-a-dia não permite que haja um pensar em como ser um líder melhor, mas apenas executar, realizar a dinâmica dos negócios. Nisso, as organizações e as pessoas perdem muitos esforços deixando de aproveitar as benesses que um verdadeiro líder proporcionaria.

Mas, como mudar isso? A resposta evidente é, treinando líderes para serem líderes.

Aqui não estamos falando de aqueles workshops tradicionais, onde a definição e os modelos de liderança são os assuntos mais importantes. Estamos falando de treinamentos de longo prazo, com uma verdadeira mudança de pensamento, de paradigmas, aprendendo ferramentas de resolução de conflitos, relações humanas, análise de currículos, gestão por competências, aprendendo a guiar, treinar, motivar e inspirar equipes, fazendo com que todos ao seu redor se tornem capazes de desenvolver ao máximo seus potenciais.

Infelizmente não é isso que acontece, pois na área da saúde ainda temos excesso de chefes e poucos líderes. Temos poucas pessoas capazes de fazer com que a equipe trabalhe com sinergia, com comprometimento, com qualidade.

Liderar é levar pessoas a trabalharem buscando objetivos definidos e de uma forma em que os liderados se sintam motivados a buscar estes objetivos.

Também é importante destacar que os líderes preparam às organizações para a mudança e ajudam-na a prepará-la a enfrentá-la.

Esta formação do perfil do líder nos permite concluir, que liderança pode ser desenvolvida, pois a partir da determinação dos enfoques vencedores, uma pessoa que possui poder dentro de uma organização pode se transformar em um líder, ou ainda, pode emergir um líder, mesmo sem o poder formal. Ou seja, conhecendo-se a estratégia certa, um líder pode ser formado.

Temos que refletir sobre como estamos agindo nas organizações e o que estamos fazendo com os conceitos de liderança. Comentamos em nosso dia-a-dia que o chefe tradicional está em extinção, dando lugar ao líder. Mas analisando as abordagens, percebemos que existem muitos gerentes (chefes tradicionais) no lugar de onde deveriam estarem postados líderes, percebemos que a técnica ainda é latente. Percebemos que o saber (conhecimento) e o saber fazer (habilidade) ainda é mais exigido do que o saber ser (atitude).

As organizações de saúde necessitam de “líderes excelentes”, assim classificados por Jim Collins, “eles são modestos, mas determinados; humildes, mas corajosos. A sua ambição é direcionada para a empresa e não para o seu lado pessoal. O líder excelente sabe que o sucesso pessoal/profissional será resultado do sucesso da organização em que está inserido. É uma consequência e não a meta principal”.

Mestre em Administração de Empresas com ênfase em Administração da Produção, com linha de pesquisa em Inovação e Competitividade. Pós-graduado em Formação de Consultores, pós-graduado em Gestão em Saúde, MBA em Gestão Empresarial e graduado em Ciências Contábeis. Professor universitário no curso de tecnólogo em finanças. Consultor de empresas, com execução de implantação de sistemas de custos, planejamento orçamentário, planejamento tributário, controladoria, desenvolvimento de projetos para captação de recursos, análise de negócio, faturamento, análise de processos, reorganização administrativa e auditoria.

4 comentários em: “Treinar Líderes Para Serem Líderes.

  1. Olá sr. Bernardes, gostaria de fazer uma citação de seu artigo em meu trabalho. Peço sua autorização e o ano de publicação por gentileza. Obrigada.

  2. Excelente título “Treinar líderes para serem líderes”, complicado exercer mas não é impossível, porque o líder precisa ser estímulado a usar o seu talento nato em prol das pessoas que o seguem.
    Ser líder é muito mais que um cargo é uma responsabilidade para com a vida das outras pessoas, o líder é um espelho, uma projeção do que os outros desejam se tornar, portanto um mau exemplo poderá desencadear “n” problemas. O líder precisa estar atento 24 horas em seus atos, porque são as atitudes que o tornam líder e não suas palavras bonitas que podem se perder no vazio.
    Infelizmente na área da saúde o individualismo ainda prepondera, as crenças e paradigmas sobre o poder da palavra do “médico” permanece no subconsciente, algo que exige um trabalho de persistencia e dedicação por parte dos líderes para abrir novos caminhos que tornem a multidisciplinalidade um novo horizonte, mais leve e tranquilo no exercício do bem estar do ser humano.

  3. Esta questão foi e será ainda por um bom tempo instigante para o debate. O conceito de líder e a suas práticas atuais mudaram significativamente. Porém, não se mudou as percepções e paradigmas existentes na cabeça dos ditos “líderes”. Liderar requer técnicas, conhecimentos e ferramentas sim! Mas isso só não se basta. Liderar é engajar uma ou um grupo de pessoas pelo que se é e o que se defende. Falo aqui de valores, de de estar aberto para não somente falar, mas ouvir e ver o potencial de seus liderados. Tem de ter sim, alma de líder, paixão pelas pessoas, comprometimento com a organização, servir e ser exemplo. Concordo com Deepak Chopra quando diz que ‎”(…)os líderes existem para dar de si mesmos, e você apenas pode dar aquilo que tem. A Alma – ou seja, a essência do seu Eu verdadeiro… Quando você sabe o que está acontecendo na sua própria essência, o que tem para dar torna-se ilimitado.” Esta é real questão, quem não está disposto a dar o seu melhor, não basta treinar!!

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