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O que um Hospital pode aprender com o Corinthians?

Hoje poderíamos falar de algum hospital como exemplo de excelência na gestão em saúde, poderíamos falar de uma clínica ou laboratório, porém hoje vamos fazer diferente e escrever sobre uma empresa de outro setor, para demonstrar como pode ser feito um bom trabalho de gestão, e sair do “inferno” para chegar ao “céu”.

Estamos falando do Sport Club Corinthians Paulista, clube com 102 anos de história e tradição da cidade de São Paulo, do Brasil e agora do mundo. Para aqueles que não são torcedores deste clube, não fiquem chateados, pois da mesma forma que falaremos sobre ele, poderíamos falar neste momento do São Paulo, Palmeiras, ou Santos, entre outros. Porque aqui não vamos falar sobre a paixão que os torcedores têm por seu time de coração, e sim sobre a forma como esta empresa foi reestruturada, fazendo com que essa equipe saísse da série B do campeonato brasileiro, para onde foi rebaixado em 2007, até a conquista do campeonato mundial interclubes da FIFA no dia 16/12/2012.

É muito difícil fazer um comparativo entre uma equipe de futebol e uma empresa de saúde. Porém, em determinadas situações, elas têm as mesmas dificuldades e precisam resolver os mesmos problemas, para chegar ao mesmo resultado, o sucesso da organização. Por isso, escolhemos este clube, para mostrar como ele acertou mais do que errou, num período de pouco mais de 4 anos.

Quando o Corinthians foi rebaixado para a série B, muitos críticos esportivos acreditavam na volta para a séria A (principal divisão do futebol brasileiro), porém imaginavam que o clube continuaria com a mesma forma de comando, que já se sustentava por décadas. Porém, houve uma reviravolta dentro do clube, o presidente na época, foi vencido nas eleições, e a partir desse momento começou uma mudança que acabaria na glória.

Para começar, a nova diretoria usou a fase “ruim” do clube para conseguir novos torcedores e fidelizar ainda mais aqueles que já são fieis. Fez com eles acreditassem na volta para a primeira divisão e que conseguiriam grandes vitórias com o apoio de todos. Trouxe um “sangue novo” para a instituição, realizando novas parcerias, trazendo novos investimentos, fazendo com que a organização ganhasse valor e se fortaleça como marca.

O técnico eliminou profissionais que não podiam acompanhar o ritmo da equipe, quebrou o paradigma de titulares e reservas, a equipe completa tem que vestir a camisa do começo ao fim, sem exceções, mostrando que todos buscam o mesmo objetivo, investindo também em profissionais formados na base. Apesar de uma desclassificação precoce na fase Pré-Libertadores diante de um time supostamente inferior, foi mantido e apoiado para colocar em prática sua filosofia de trabalho, tendo tempo para desenvolver um plano de médio a longo prazo, e tornar a equipe vencedora.

Nas instituições de saúde também temos que fazer surgir o “sangue novo”, fazer aparecer os talentos, incentivar os profissionais, mostrar que com o apoio de todos, chegaremos ao objetivo traçado, e dessa forma todos saem ganhando.

Geralmente os diretores de grandes instituições de saúde trabalham sozinhos, tomam as decisões de forma isolada ou com seu conselho, porém devemos mudar este paradigma e começar a exercer a gestão participativa, como já tínhamos explicado em outro texto.

Outro exemplo que devemos aprender com o Corinthians é que, podemos ter um bom time e/ou equipe, sem a presença de uma “estrela”. Inclusive torcedores de outros times fazem comparações do valor, em milhões de reais, da equipe inteira do Corinthians versus um só jogador do outro time. Isso é verdade, mas, ao contrário de desmerecer à equipe, engrandece ainda mais o orgulho da organização, porque demonstra que todos são importantes, todos são peças fundamentais e todos jogam pela camisa e não pelos milhões.

É este pensamento que deve ser implantado nas instituições de saúde, todos são tão importantes quanto seus parceiros de trabalho, desde o pessoal de limpeza e portaria, até o alto escalão da empresa. Todos tem o mesmo valor, e todos devem ter a oportunidade de expor aquilo que permitirá ajudar a aumentar a produtividade da organização e contribuir para o seu crescimento profissional e pessoal.

Por último e não mesmo importante, o técnico teve a possibilidade de trazer um jogador oriundo de um país que tradicionalmente não tem expressão futebolística, mas ele particularmente foi preparado e jogava na Liga Alemã, podendo completar o time de guerreiros que iriam disputar o mundial. E não foi que acertou novamente!

Da mesma forma, as instituições de saúde devem aprender a reconhecer o bom profissional, onde estiver e de onde ele for, não só pela procedência ou a instituição de formação dele, mas, pela capacidade de aprendizado, de superação, de intra-empreendedorismo, de brilho nos olhos para vestir a camisa.

Gerenciar bem sua equipe de trabalho é com certeza uma garantia de sucesso, pois o resultado almejado se dá através das pessoas, valorizar sempre o profissional que está vestindo a sua camisa é fundamental para essa vitória.

Estas são algumas mudanças que o futebol tem mostrado, e que podem ser implementadas nas organizações de saúde que buscam se renovar constantemente.

Administrador Hospitalar pelo Centro Universitário São Camilo. Ampla experiência em rotina administrativa hospitalar, negociação de valores de materiais de alto custo e atendimento ao cliente. Busca se aprimorar com conhecimentos para a gestão e motivação de pessoas no ambiente hospitalar. Experiência em relacionamento com clientes, busca de novas parcerias e negócios.

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