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Gestão Participativa nas Instituições de Saúde.

A gestão participativa é um modelo de administração de pessoas, que consiste em dividir a responsabilidade da tomada de decisões com os profissionais que estão diretamente envolvidos com os problemas da instituição, ou mesmo contribuindo com novas ideias e melhorias nos setores em que atuam.

Tem seu foco na capacitação, desenvolvimento, otimização e valorização do ser humano.

Este modelo ganha força em todos os setores empresariais, porque valoriza a capacidade de tomar decisões e resolver problemas da equipe de trabalho, aprimorando a satisfação e a motivação dentro da instituição, o comprometimento com os objetivos e metas, e contribuindo para o melhor desempenho e para a competitividade das organizações.

Existem poucos relatos de grandes hospitais que implantaram este modelo, mas sabemos que a maioria de empresas que foi obrigada a buscar este modelo de gestão de pessoas, foi justamente pelo baixo desempenho e desmotivação dos funcionários, geralmente causado pelo desinteresse por aquilo que faz.

Nesse caso, a participação dos demais funcionários destes estabelecimentos pode, e deve, estar presente na tomada de decisão, já que estão envolvidos diretamente com o que será feito em pró de melhorias nas instituições em que atuam. Porém, quando a água está batendo no queixo, pode ser muito tarde.

Muitos hospitais ainda tem por filosofia a gestão clássica, onde a tomada de decisão fica a cargo do diretor ou da diretoria, e somente ele(a) acaba dando a palavra final. Agindo desta forma, a burocracia aumenta, o tempo para se decidir sobre algo é mais longo, fazendo com que muitos negócios e oportunidades importantes sejam prorrogados, ou mesmo cancelados e perdidos.

Por exemplo, para conseguir a autorização da compra de materiais especiais, se faz necessário solicitar ao departamento de compras, o funcionário que recebe este pedido passa para seu gerente, que por obrigação passa ao diretor comercial, e quando este analisa o pedido, autoriza ou não a cotação dos materiais que são necessários para aquele momento. Se utilizarmos a gestão participativa, os chefes de setores, junto com seus subordinados, podem fazer este trâmite e todos serão responsáveis do resultado, sendo apresentado para o diretor em questão.

Claro que é necessário saber, qual é o limite de autoridade que podemos dar aos nossos funcionários para tomar essas decisões, se aquilo que está sendo solicitado, for para resolver um problema, ou se está de acordo com os interesses da instituição.

Para isso, faz-se necessário avaliar e preparar os profissionais. De que forma?… Deixando que exponham suas ideias, com o que eles podem contribuir para facilitar seu trabalho e também treiná-los na necessidade de resolver problemas, conflitos, criar neles o desejo, mostrar o ganho disso não apenas financeiro, mas principalmente em satisfação e reconhecimento.

Para nós gestores, é muito importante que possamos aplicar este sistema de gestão participativa, isto porque, no contexto atual, ninguém vive ou trabalha sozinho, em um mundo onde a informação está em tempo real, e outro detalhe importante, ao aplicar este tipo de gestão, nós estimulamos a troca de ideias, onde funcionários dos mais diferentes níveis de formação estão aptos para opinar sobre, qual é a melhor forma de conduzir seu trabalho dentro da organização. No entanto, ao implantar o sistema participativo é necessário que as organizações estejam preparadas para as mudanças.

Acreditamos que este sistema de gestão participativa crescerá dentro das organizações de saúde, devagar, mas de uma forma que permita evoluir cada vez mais às instituições, e proporcionar um melhor atendimento ao seu cliente, com funcionários responsáveis, motivados e satisfeitos com seu trabalho, agregando mais valor à instituição.

Administrador Hospitalar pelo Centro Universitário São Camilo. Ampla experiência em rotina administrativa hospitalar, negociação de valores de materiais de alto custo e atendimento ao cliente. Busca se aprimorar com conhecimentos para a gestão e motivação de pessoas no ambiente hospitalar. Experiência em relacionamento com clientes, busca de novas parcerias e negócios.

Um comentário em: “Gestão Participativa nas Instituições de Saúde.

  1. Se a gestão participativa fosse implantada em todos os hospitais que trabalham com convênios, com certeza diminuiria muito o número de glosas aplicadas. Cito um exemplo: os médicos, que são aqueles que mais deveriam estar a par das glosas recebidas, são os que menos sabem a respeito do problema dentro da maioria dos hospitais. Como responsável direto pelo tratamento e por procedimentos, deveria haver um canal de comunicação que o deixasse a par de tudo o que os convênios pagam ou deixam de pagar. Prevenção ainda é o melhor remédio para cuidar da saúde de qualquer instituição.

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