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Existe Preconceito na área da Saúde?

Hoje, o assunto preconceito, é um tema com o qual convivemos na nossa sociedade todos os dias, em todo momento, em qualquer âmbito de trabalho, e está cada vez mais sendo divulgado pela mídia.

O preconceito sempre existiu, seja ele por raça, status, sexo, opção sexual, ou por alguma deficiência que a pessoa tenha.

Ele, infelizmente, ainda assombra nossa razão e faz com que tratemos de forma diferenciada pessoas específicas, que nos parecem diferentes.

Na área da saúde, o preconceito leva a níveis inacreditáveis de diferenciação. Há casos nos quais o paciente não quer o atendimento de determinado profissional, como por exemplo, a opção sexual daquele profissional, a cor de sua pele, ou por ser do sexo diferente do seu, ou até do mesmo sexo.

Sabemos que dentro da nossa área de atuação há muitos profissionais homossexuais e negros, e isso incomoda alguns pacientes quando precisam ser atendidos por estes profissionais.

Também existe discriminação por parte de funcionários que ocupam cargos mais altos, em relação a outros que estão em patamares inferiores. Por acompanhantes que não aceitam que determinados profissionais atendam seus amigos ou entes queridos, assim como a rejeição por parte do próprio cliente.

Para ilustrar o que acabei de escrever acima, vou fazer um breve comentário de dois casos que ocorrem comigo, um enquanto funcionário de um grande hospital em São Paulo e o outro quando realizamos um serviço para uma paciente estrangeira.

No primeiro caso, eu atuava negociando valores de materiais cirúrgicos junto a fornecedores e convênios médicos. Como era necessário que ficássemos dentro do centro cirúrgico deste hospital, lá estávamos alocados. Como é normal em qualquer lugar, todos os dias o pessoal da higiene ia à nossa sala para fazer a limpeza. Sempre que chegavam nós brincávamos com eles, oferecíamos  um bombom, uma balinha, fazíamos com que eles se sentissem a vontade.

Certo dia um rapaz e uma moça me disseram que era muito gostoso ir a nossa sala, era diferente de outros lugares, eu questionei o porquê, e eles me disseram que nós os tratávamos com respeito, os chamávamos pelo nome, e não os humilhávamos. Surpreso, decidi perguntar se isso acontecia ali no centro cirúrgico, e um deles me disse que sim, que normalmente quando estavam fazendo seu trabalho, uma boa parte dos outros profissionais sequer olhavam para eles, não sabiam seus nomes, e quando falavam com eles não olhavam em seus olhos.

Ao ouvir isso me senti muito triste, pois estes profissionais são importantes para a instituição, como qualquer outro, e deveriam ser tratados com muito respeito por todos, mesmo porque, acima do profissional, está o ser humano que merece mais respeito ainda.

No outro caso, ao prestarmos um serviço para a paciente estrangeira, tivemos a ajuda de uma facilitadora norte americana, já que a paciente era canadense, e fez contato com esta facilitadora para poder realizar a cirurgia aqui no Brasil. Tudo estava certo, mas precisávamos de um profissional para realizar as drenagens linfáticas pós operatórias na paciente.

Conseguimos um profissional do sexo masculino, capacitado, para realizar este procedimento. Ao informamos a facilitadora de que o profissional era do sexo masculino, esta não aceitou, alegando que seria um incomodo para a paciente ter um homem tocando o seu corpo.

Pode ser a diferença cultural, mas creio que este profissional jamais iria tocar o corpo da paciente de uma forma diferente, com conotação sexual. No final acabamos contratando outra profissional do sexo feminino, por um valor mais caro, mas que realizou o procedimento conforme a facilitadora gostaria.

Nestes dois casos podemos ver que ainda há muita descriminação por conta do status do profissional e também por seu sexo. Uma por profissionais de cargos mais altos, e outra de um terceiro que tomou a decisão pela paciente, pois não tivemos como argumentar com a paciente se haveria algum problema o profissional ser do sexo oposto.

Infelizmente, como dissemos anteriormente, há muito preconceito na nossa sociedade,  e também na área em que atuamos.

Um dia esperamos que todos os profissionais, e seres humanos, sejam respeitados, e valorizados por sua capacidades, por suas competências, e não julgados por sua opção sexual, pelo cargo que ocupa, pela cor da sua pelo ou por seu sexo.

Só assim, viveremos em uma sociedade mais justa e que terá um futuro brilhante pela frente.

Administrador Hospitalar pelo Centro Universitário São Camilo. Ampla experiência em rotina administrativa hospitalar, negociação de valores de materiais de alto custo e atendimento ao cliente. Busca se aprimorar com conhecimentos para a gestão e motivação de pessoas no ambiente hospitalar. Experiência em relacionamento com clientes, busca de novas parcerias e negócios.

5 comentários em: “Existe Preconceito na área da Saúde?

  1. Boa tarde,
    Eu fui vítima de preconceito em âmbito hospitalar, quando estagiava, tanto da parte do profissional funcionário da instituição pública, quanto da parte do paciente. O primeiro do profissional funcionário, eu estava me dirigindo ao elevador pois voltaria para a sala do serviço social da qual sou aluno do Serviço Social, e o mesmo levava alguns documentos, e sem perceber vinha por trás de mim dois funcionários da instituição, falaram: ESSA COCA É FANTA, eu perplexo com o que ouvi sem intenção mas por impulso olhei para trás e falei: só tem uma diferença que a Fanta aqui tem gás, já vcs… e segui e os mesmos não falaram nada e nem revidaram pois os mesmo não achavam que responderia ou reagiria a tal falta de respeito.
    No outro caso estava em visita aos leitos com minha orientadora de campo na qual fui surpreendido por um paciente em estado em conflito com a lei, com uma pergunta irônica tendo em vista que era na hora das visitas e a sala de recuperação estava cheia de familiares dos outros pacientes, e ele se saiu: Como é o nome dela?: Quem é ela? e dentre outras coisas, nesse caso eu sai e não revidei, minha orientadora me parabenizou e ficou indignada com a situação, mas eu tirei de letra, pois eu não devo a justiça e que logo mais sairia e iria para minha casa e já ele, não só deve a justiça como se sair dali irá para um presídio. Esses dois casos mostra nos o total preconceito e falta de respeito ao próximo, quer seja ele branco, preto, alto ou baixo, homem ou mulher dentre outros.

  2. Todos os dias deveríamos ter consciência que somos iguais. Não precisa ser branco, amarelo, pardo, negro ou qualquer outra cor, só precisa ter consciência humana.

  3. Não acredito que na área da saúde exista preconceito, principalmente na enfermagem a gente encontra todo tipo de pessoas raças cor e religião. Todos são bem vindos!

  4. Embora exista; o preconceito precisa ser tratado e visto pela ótica do cliente como uma opção de escolha em caso da compra de um serviço; o que não podemos efetivamente aceitar, sob hipótese alguma é que os profissionais sejam desrespeitados. O valor da pessoa humana está acima de quaisquer convenções ou escolhas, ainda que por motivos pessoais, sociais ou mesmo religiosos.

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