A saúde no Brasil atravessa uma grande mudança em restruturação de processos e melhorias oriundas de certificações de qualidade, e também com referente à quantidade de recursos financeiros destinados à operação e investimentos nas instituições. Em especial as instituições privadas, que precisam deixar uma lucratividade atrativa para os investidores e acionistas.
Sendo assim os gestores estão desafiados a terem resultados positivos, onde a equação é fazer mais com menos. Ou seja, manter e melhorar a qualidade dos serviços com redução de custos.
Nos hospitais, a cadeia de suprimentos chega a ser responsável pelo consumo entre 30% a 40% dos recursos financeiros mensalmente. Dependendo da empresa, este número pode ser maior, produto de uma série de fatores, como por exemplo, os altos custos para a obtenção de diagnósticos e solicitação de exames desnecessários por conta do corpo clínico, ou também na necessidade de fazer uma cirurgia por “emergência” quando talvez não houvesse necessidade. Por isso os recursos devem ser investidos sob a máxima cautela e senso crítico, trazendo retorno, sejam eles financeiros, relacionamentos, valorização da marca entre outros.
A gestão da cadeia de suprimentos é responsável também, pelo maior número de funcionários de um hospital, com a segunda maior folha de pagamento, pois agrega todos os setores de apoio, e praticamente todos os fluxos de informação e abastecimento de materiais do hospital. Dentro desta cadeia de valores, estão inseridos os processos de previsão de demanda, compras, gerenciamento de estoque, custos de armazenagem, transporte, distribuição, distribuição contínua, prazo, qualidade, quantidade, fluxo de informações, materiais, processos e alguns mais, sendo todos componentes da Supply Chain Management. A falta, o atraso ou a discrepância em alguma etapa destas citadas geram gargalos gigantescos, uma vez que um hospital é um prestador de serviços que precisa estar disponível 24 horas por dia para todos os clientes, pacientes, médicos, entre outros.
Sabendo então, tamanha a complexidade de gerenciar uma área responsável pelo funcionamento do operacional-financeiro, fica fácil compreender que uma administração negligente com relação aos custos, começa a interferir nos resultados não somente dos acionistas, mas na produtividade do hospital, uma vez que este comprometerá o fluxo de caixa, gerando um efeito cascata em todos os setores.
Por tanto, uma cadeia de suprimentos, sem uma boa gestão, fica impossível sobreviver, lembre “custos hospitalares são como unha, temos que cortar toda semana”.
Thiago Nezzi
Gestor das áreas de Hotelaria Hospitalar e Suprimentos. Colunista colaborador pela HMDoctors. Busca através das experiências compartilhadas e pesquisa, agregar valor às redes vinculadas a estas áreas, seguindo seu principal conceito, "ser útil às pessoas".