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A Filosofia Lean na cadeia de suprimentos Hospitalar.

A cadeia de suprimentos em hospitais, assim como em organizações de outros setores da economia, está interligada com todos os departamentos e possui grande influência nos resultados e processos. A mudança de cultura oriunda da globalização tem forçado as empresas a conviverem com fornecedores, prestadores de serviços e clientes de todas as partes do mundo, uma vez que atrelado a esse novo comportamento, esta inserida a pressão por resultados, melhores serviços, inovação e relacionamentos.

Devido à filosofia Lean, hoje as empresas dependem dos resultados logísticos para oferecer vantagens competitivas, como agilidade, preço, qualidade, precisão de compras, estoque e distribuição, para com isso atrair investidores e valorizar a marca no mercado de ações.

Com a ajuda da tecnologia da informação, é possível gerenciar a cadeia de suprimentos em hospitais de forma prática, observando os fluxos, os indicadores, as necessidades e quaisquer informações que o gestor considerar relevante. Em uma análise macro da atual economia mundial, podemos verificar que houve um declínio no poder aquisitivo das empresas e consequentemente das pessoas, fato que em alguns países se encontra em situação diferente no caso do Brasil, mas afeta o comportamento dessas empresas e se faz necessário desenvolver planos de trabalho Lean, iniciando pela cadeia de suprimentos em busca da redução de mão de obra, equipamentos, matéria prima, entre outros componentes geradores de custo.

O conceito define que a cadeia de suprimento deve ser estruturada onde a formulação do preço deve se basear igual ou abaixo do mercado, com qualidade superior. O segredo para esta vantagem competitiva está na cadeia de suprimentos, uma vez que a racionalização dos fluxos, padronização dos processos, terceirização de serviços pontuais, levam a empresa a reduzir os desperdícios e aumentar a lucratividade, não no aumento do preço e das vendas, e sim dentro da própria empresa.

De forma similar, o consumo dos hospitais em recursos materiais, faz necessária uma gestão sustentável da cadeia de suprimentos com os seguintes objetivos:

  • Redução do desperdício;
  • Organização dos fluxos;
  • Vantagem competitiva;
  • Lucratividade.

Nos hospitais, ainda existe uma lógica baseada apenas na distribuição dos materiais e controle dos mesmos, sem considerar critérios de compra, demanda, perfil, seleção de fornecedores, onde são necessárias grandes quantidades de estoque para supostamente evitar riscos e oferecer segurança na distribuição do hospital. Nesse fluxo, é esquecido o custo de estoque, e os riscos inseridos nessa gestão como, armazenagem, validade, furto e outros.

Como o estoque é na realidade, dinheiro investido, devemos ser muito criteriosos quando gerenciamos esses recursos. De tal forma, o mapeamento de fluxo das áreas ligadas à cadeia de suprimentos pode ser caracterizado por uma pirâmide invertida da seguinte forma:

  1. O cliente final precisa ser curado e bem cuidado;
  2. Para atender as necessidades deste cliente, as equipes assistenciais precisam de suporte (insumos, transporte, infraestrutura, equipamentos);
  3. O suporte precisa ser planejado e estar disponível (distribuição de materiais, meios para transportar, layout, manutenção preventiva e corretiva);
  4. A disponibilidade precisa ser pré-definida (planejamento, demanda, compras, estoque, analise financeira, payback);
  5. Os profissionais precisam estar alinhados com a política da empresa, e gerenciar os relacionamentos com fornecedores, médicos, terceirizados (limpeza, SND, SADT, etc).

Através deste exemplo, podemos verificar a influência que a cadeia de suprimentos possui dentro de um hospital, e envolve a equipe de enfermagem, os médicos, áreas financeiras como, faturamento, contabilidade, contas a pagar, setores de apoio e empresas terceirizadas.

A experiência do Lean em ambientes hospitalares proporciona uma visão de ganha-ganha, por meio de parcerias com toda a cadeia hospitalar e oportunidades de estabelecer um fluxo ideal com fornecedores e clientes.

Gestor das áreas de Hotelaria Hospitalar e Suprimentos. Colunista colaborador pela HMDoctors. Busca através das experiências compartilhadas e pesquisa, agregar valor às redes vinculadas a estas áreas, seguindo seu principal conceito, "ser útil às pessoas".

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