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Você imagina como o Paciente convive com a sua Doença?

Você já imaginou como é para seu paciente ter aguardar na sala de espera do consultório médico ou da clínica para ser atendido? Muitas vezes esse paciente está afligido, preocupado, e pode que até triste com o sofrimento e a situação de fragilidade em que se encontra.

E se você já foi paciente e teve que esperar… Quantas vezes já falou com alguém que estava ao seu lado na recepção do clínica, mas que você não conhecia?… Caso você conseguiu… Foi fácil? Como você se sentiu?

Seguro que durante a espera teve que ler as revistas da sala em silêncio ou olhando para o celular, até ser chamado pela secretária ou pelo médico. Ninguém ousou dizer para você: “Eu estou aqui por que…”  ou “Sabe, estou sentindo…”. As pessoas não se expressam, nem se abrem com as pessoas que não conhecem. Apesar de que muitas vezes, são essas pessoas que estão próximas a você, estão sentindo, padecem e vivem, aquela mesma doença, os mesmos sintomas e provavelmente, seriam uma ótima ajuda para compreender você, aconselhar, motivar e encorajar.

Saiba que, nesses momentos é normal que o paciente tenha sentimentos encontrados. Embora a doença seja um algo físico, a mente precisa resistir às mudanças que lhe foram impostas. E até pode parecer que a mente e o corpo estejam jogando cabo-de-guerra, numa disputa entre a pessoa que era e a que poderá ser daqui para frente. Apesar que nesse momento pareça que a doença está levando vantagem, o paciente pode virar o jogo e você pode ajudar nesse processo!

O comportamento profissional na relação médico-paciente deve incorporar cuidados ao sofrimento do paciente. Isso não significa que os profissionais de saúde tenham que virar psicólogos ou psicanalistas, mas que, além do suporte técnico-diagnóstico, se faz necessário uma sensibilidade para conhecer a realidade do paciente, ouvir suas queixas e encontrar, junto com o paciente, estratégias que facilitem sua adaptação ao estilo de vida exigido pela doença.

O médico e sua equipe de trabalho precisam ter sensibilidade para compreenderem a fragilidade do paciente, pois o mesmo será o grande beneficiado, e encontrará nesta relação parte do tratamento para seu processo de cura.  Lembre-se sempre que a relação médico-paciente é, verdadeiramente, o primeiro e mais eficiente remédio.

A continuidade do vínculo estabelecido é outro aspecto a ser considerado dentro desse processo de atendimento, na busca pela melhora de saúde do paciente. Tome em consideração que o médico que acompanhe por mais tempo os mesmos pacientes conhecerá melhor seu público e a história das famílias.

O médico precisa saber que cada momento é singular, que o doente vive a doença com o seu subjetivo. O corpo que o médico vê e examina não é o corpo que o doente sente, simboliza e imagina. Como uma música do cantor Lulu Santos, “Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia. Tudo passa, tudo sempre passará. A vida vem em ondas, como o mar, num indo e vindo infinito. Tudo que se vê não é igual ao que a gente viu a um segundo. Tudo muda o tempo todo no mundo. Não adianta fingir nem mentir para si mesmo.”

Essa é a característica da vida humana, uma permanente transformação. O filósofo Merlean Ponty afirmava que: “Na enfermidade, os acontecimentos do corpo tornam-se acontecimentos do dia.”

Médico especialista em Administração Hospitalar e Marketing em Saúde. Autor do composto "10 P's do Marketing em Saúde". Professor do curso online Marketing Estratégico para Clínicas e Empresas de Saúde. CEO da HMDoctors, Assessor da Stratas Partners (Suíça) para o acesso ao mercado hospitalar brasileiro, Consultor de Gestão de Carreira e Marketing Médico, e Revisor de artigos e publicações sobre Gestão, Empreendedorismo e Marketing em Saúde para a revista eletrônica Gestão e Saúde da Universidade de Brasília - UNB. Formado em medicina com pós graduação em epidemiologia, formado em administração hospitalar e MBA em organizações hospitalares e sistemas de saúde pela FGV. 16 anos de experiência em hospitais públicos, privados, institutos de pesquisa clínica e consultor para empresas nacionais e multinacionais.

5 comentários em: “Você imagina como o Paciente convive com a sua Doença?

  1. O olhar e compreensão ao paciente num momento difícil deve ser sempre cuidadoso, já que temos integrados ao corpo, emoções e estas que regem do início ao fim do tratamento. Inclusive a aceitação para cura. A Psicologia Clínica vem para humanizar também este momento frágil.
    O comunicado da doença, esbarra com muitas consequências posteriores. É vital uma equipe interdisciplinar nos hospitais e clínicas.

  2. Muito bom. Acredito que deva ser, este olhar atento ao paciente, o que realmente diferencia e fideliza o cliente em qualquer área de atuação. Penso precisamente assim.

  3. Magnífico texto. Trata-se de recuperar continuamente a humanidade da relação médico-paciente. De qualquer modo, este foco deve estar incluso em qualquer relação profissional/cliente. Muita sensibilidade.
    Gostei! Penso assim.

  4. Cada paciente é diferente de cada um. Sentimentos e emoções impar. Cada um tem um modo de agir/reagir a uma determinada doença:uns se mostram durões, outros frágeis.Mas independente de cada um tem que levar em consideração, que há um ser humano que briga dias após dias por uma melhora.

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