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Steve Jobs era Médico?

“Ser o homem mais rico do cemitério não me importa… Ir para a cama à noite dizendo que fizemos algo maravilhoso… isso é o que importa para mim.” Steve Jobs – Wall Street Journal, 1993.

“Ele mudou a forma como cada um de nós vê o mundo”, disse o presidente Barack Obama faz exatamente 2 meses, quando o dia 5 de outubro de 2011, morreu um dos mais importantes gênios e visionários da tecnologia do último médio século.

O lançamento da biografia de Steve Jobs  traz sem dúvida, o relato definitivo das idiossincrasias, da genialidade e das fragilidades do fundador da Apple.

Walter Isaacson na biografia de Jobs conclui que a história o colocará no “Patamar ao lado de Edison e Ford.” Mas eu não acho que esse seja o lugar certo para ele. Edison e Ford eram engenheiros brilhantes e homens de negócios audazes que construíram produtos incrivelmente funcionais. Mas eles não eram artistas. Jobs era um gestor de engenharia muito eficiente, apesar de que ele não era engenheiro, era primeiro empresário e um artista de coração. Seu gênio era a criação, a arte elegante do design, e de fato para nossa felicidade a traduz na tecnologia. Colocando-o no meu entender em um patamar maior.

A saúde se favoreceu muito com suas criações, principalmente para o uso dos médicos que não possuem apenas um tablet ou smartphone, eles têm algum dispositivo da Apple. Isso inclui também os estudantes de medicina que convivem com esses aparelhos em toda sua vida acadêmica. Portanto eu tenho uma teoria para isso: “médicos gostam de arte e tecnologia”.

Hipócrates disse: “a vida é curta, a arte longa.” E a medicina é uma arte. É baseada na ciência e utiliza as mais recentes tecnologias para achar a cura mais complexa.  Inspira-se em pessoas, concretizam-se sonhos e quebram-se regras. Porque para fazer o melhor por seu paciente às vezes temos que quebrar as regras. Se Andreas Gruentzig, um famoso cardiologista alemão, tivesse seguido as regras, não conheceríamos hoje, os cateteres para desobstruir artérias.

Neste sentido, Jobs era um médico. Ele curou as dores de nossa tecnologia. Quebrou as regras, criando novos produtos que não só tinham funcionalidade, mas também exibiam o vigor e o brilho de uma pessoa saudável. Concretizou seus sonhos, materializando aquilo onde outros não viam futuro. E se inspirou nas pessoas para que tivessem acesso a tudo isso de uma maneira muito simples.

Como muitos médicos na prática, hoje, sua vida pessoal era pública e sua vida pública a fez pessoal, não na forma de tabloide, que estamos acostumados a ver essas pessoas, senão através do orgulho e o apego pessoal que tinha ao seu trabalho.

Apesar de tudo isso, é irônico dizer que o homem que ajudou a curar muitos outros, foi pobre para si mesmo. A tristeza é principalmente para nós. Steve, você tinha muito mais para nos dar.

Médico especialista em Administração Hospitalar e Marketing em Saúde. Autor do composto "10 P's do Marketing em Saúde". Professor do curso online Marketing Estratégico para Clínicas e Empresas de Saúde. CEO da HMDoctors, Assessor da Stratas Partners (Suíça) para o acesso ao mercado hospitalar brasileiro, Consultor de Gestão de Carreira e Marketing Médico, e Revisor de artigos e publicações sobre Gestão, Empreendedorismo e Marketing em Saúde para a revista eletrônica Gestão e Saúde da Universidade de Brasília - UNB. Formado em medicina com pós graduação em epidemiologia, formado em administração hospitalar e MBA em organizações hospitalares e sistemas de saúde pela FGV. 16 anos de experiência em hospitais públicos, privados, institutos de pesquisa clínica e consultor para empresas nacionais e multinacionais.

Um comentário em: “Steve Jobs era Médico?

  1. Não sou médico, mas adorei estes relatos. Eu colocaria “Gênio” como marca principal.
    Adorei o artigo. Até mais, José Roberto.

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