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Por que os Hospitais devem instituir os Cuidados Centrados no Paciente.

Os Cuidados Centrados no Paciente (Patient-Centered Care) é um conceito dado pelo Institute for Heath Care Improvement (IHI) dos Estados Unidos e diz ao respeito que, as tradições culturais, preferências e valores pessoais dos pacientes, assim como sua família, e seu estilo de vida, devem ser incluídos nos seus cuidados de saúde.

Fazer com que o paciente e seus entes queridos formem parte da equipe hospitalar, garante que os laços entre os profissionais, departamentos e instituições de saúde sejam respeitosos, coordenados e eficientes. Quando os cuidados são centrados no paciente, serviços desnecessários e indesejados podem ser reduzidos.

Tendo em consideração esse conceito de gestão, apresentamos 3 razões pelas quais os hospitais e os médicos devem levar implementar dentro dos seus processos os “Cuidados Centrados no Paciente”:

1. Os pacientes cada vez mais percebem que os hospitais e seus médicos não são tão bons como deveriam ser.

Todos os dias vemos nos jornais ou escutamos de alguém uma nova história de erro médico, que acaba cada vez mais com a confiança no sistema de saúde. O Dr. Fulano do Hospital XYZ amputou o membro errado de um paciente, a enfermeira Tal, trocou o medicamento e o paciente morreu, houve negligência no atendimento e o paciente não resistiu quando era levado para outro hospital, e assim por diante.

Engana-se quem pensa que só agora que os profissionais de saúde começaram a errar, esse erros sempre existiram. A grande diferença e que no passado, o médico era considerado um Deus, o paciente acreditava em tudo o que ele falava, havia falta de informação e o com o grande corporativismo dos profissionais, conseguiam ocultar e enterrar grande parte desses erros sem serem descobertos, e ainda o paciente ou os familiares diziam “obrigado por tudo doutor”.

2. Os Cuidados Centrados no Paciente é o melhor caminho a seguir e não é tão difícil.

A maioria deve concordar que os cuidados no atual sistema de saúde são dados desde a perspectiva da instituição e dos profissionais de saúde, quer dizer, pensando na qualificação técnica dos recursos humanos, nos equipamentos de ponta, na infraestrutura, etc. Não digo que esses detalhes não sejam importantes, porém os Cuidados Centrados no Paciente permitem enxergar essas mesmas questões, desde outra perspectiva, de pessoas que avaliam tudo isso de forma subjetiva.

O paciente não diz para seus familiares e amigos “fui diagnosticado com um aparelho de ressonância magnética de última geração importando, que custou R$ 2,5 milhões, o técnico que me atendeu tinha pós-graduação na USP e o doutor uma expertise excelente para ler as imagens”. Ele diz tudo isso da seguinte forma: a sala de imagens era bonita, estava limpa e o aparelho impressionante, o doutor (mesmo sendo técnico já foi promovido pelo paciente) foi tão amável e me entregaram o resultado na hora.

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3. O hospital que começar a praticar os Cuidados Centrados no Paciente se destacará do resto.

Os Cuidados Centrados no Paciente envolvem os próprios  pacientes no planejamento, na execução e na avaliação dos cuidados de saúde da organização. É como fazer uma pesquisa de mercado e em seguida implementar os resultados.

Centrar os cuidados no paciente não significa dar o controle a eles, simplesmente é convidá-los a participar da sua própria recuperação. Se os pacientes sentem que são tratados como o membro mais importante da sua equipe de cuidados de saúde, haverá maior aderência, irão contribuir melhor para o sucesso do seu processo, e como resultado positivo, redução de custos e menos reinternações.

Médico especialista em Administração Hospitalar e Marketing em Saúde. Autor do composto "10 P's do Marketing em Saúde". Professor do curso online Marketing Estratégico para Clínicas e Empresas de Saúde. CEO da HMDoctors, Assessor da Stratas Partners (Suíça) para o acesso ao mercado hospitalar brasileiro, Consultor de Gestão de Carreira e Marketing Médico, e Revisor de artigos e publicações sobre Gestão, Empreendedorismo e Marketing em Saúde para a revista eletrônica Gestão e Saúde da Universidade de Brasília - UNB. Formado em medicina com pós graduação em epidemiologia, formado em administração hospitalar e MBA em organizações hospitalares e sistemas de saúde pela FGV. 16 anos de experiência em hospitais públicos, privados, institutos de pesquisa clínica e consultor para empresas nacionais e multinacionais.

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