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Podem os Aplicativos ajudar a Reduzir a Taxa de Reinternação?

Como sabemos, a reinternação hospitalar representa um alto custo no orçamento da saúde, pelo que, reduzir sua taxa, assim como, melhorar a qualidade do atendimento do paciente-cliente deveriam ser objetivos perpétuos de toda organização hospitalar.

Porém, nem sempre estas organizações fazem o máximo de esforço para atingir esses objetivos.

Na maioria dos hospitais, não existe uma boa comunicação e seguimento pós-alta com os pacientes, através de uma central de monitoramento com enfermeiros e médicos devidamente treinados, e com certeza a tecnologia de aplicativos móveis tem o potencial de melhorar isso.

Para termos uma ideia da problemática, segundo a revista The Jornal of Nursing Care Quality, 62% das falhas na compreensão da prescrição e toma de medicamentos foi descoberta no seguimento do paciente, quando o pessoal de enfermagem ligou para o paciente ou fez uma visita domiciliar de acompanhamento. Ou seja, 62% do pacientes, nessa pesquisa, saiu de alta do hospital, sem entender claramente, como deveria tomar seus medicamentos, seja por horários, formas de aplicação, reações medicamentosas, associação com alimentos, etc.

Isso pode se agravar, no casos dos idosos ou de pessoas que dependem de outras para seus cuidados, onde a família ou o profissional de saúde, não passa corretamente as informações para o responsável. Esses responsáveis deveriam ter um canal direto com a entidade hospitalar para esclarecer qualquer dúvida sobre os remédios.

Para todos os casos, os aplicativos podem tornar mais fácil e melhorar muito a comunicação pós-alta entre o hospital e os pacientes ou responsável pelo paciente, controlando e orientando sobre a toma de medicamentos, lembrando-os das doses corretas, das consultas agendadas, dos exames a serem realizados, verificando sintomas de alerta, etc. Dessa forma, o hospital pode ter um melhor monitoramento dos seus pacientes, fora do seu ambiente, sobretudo nos casos mais graves, com tratamentos crônicos, ou de alto custo.

Dessa forma, tendo uma melhor comunicação e controlando melhor os pacientes, certamente  a reinternação desses pacientes será mais difícil de acontecer, reduzindo sua taxa dentro do hospital. Por outro lado, os clientes vão se sentir mais seguros e confiantes, sabendo que podem, a qualquer momento, solicitar ajuda perante alguma dúvida, melhorando também a satisfação do paciente com a instituição.

Só para termos um exemplo, a entidade The Group Health Cooperative, dos Estados Unidos, criou um aplicativo de comunicação, que vai além de fornecer orientações e informações sobre como se contatar com um médico. O aplicativo dá também a possibilidade dos pacientes terem acesso aos seus próprios prontuários eletrônicos, exames de imagens e laudos de laboratório, em caso de precisarem durante alguma emergência.

Porém, o mais importante é que permite uma comunicação eficaz dos pacientes, mediante contato via e-mails, mensagens de texto ou telefone, com uma central médica 24 horas por dia, 7 dias por semana. Esse aplicativo teve mais de 10 mil downloads nos três primeiros meses, desde que foi lançado e o grupo pretende criar outros aplicativos baseados na própria experiência.

As instituições de saúde precisam perceber que os aplicativos móveis são uma ferramenta importante, para que terem uma outra forma de chegar aos seus pacientes, responder suas perguntas, e melhorar a qualidade de atendimento ao seu cliente.

Médico especialista em Administração Hospitalar e Marketing em Saúde. Autor do composto "10 P's do Marketing em Saúde". Professor do curso online Marketing Estratégico para Clínicas e Empresas de Saúde. CEO da HMDoctors, Assessor da Stratas Partners (Suíça) para o acesso ao mercado hospitalar brasileiro, Consultor de Gestão de Carreira e Marketing Médico, e Revisor de artigos e publicações sobre Gestão, Empreendedorismo e Marketing em Saúde para a revista eletrônica Gestão e Saúde da Universidade de Brasília - UNB. Formado em medicina com pós graduação em epidemiologia, formado em administração hospitalar e MBA em organizações hospitalares e sistemas de saúde pela FGV. 16 anos de experiência em hospitais públicos, privados, institutos de pesquisa clínica e consultor para empresas nacionais e multinacionais.

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